O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (12) em entrevista ao portal UOL, que o governo dos EUA está tentando reequilibrar “de maneira pouco errática” algumas variáveis macroeconômicas que estariam desbalanceadas na visão do político. Déficits fiscais e dívidas externas são os principais elementos que preocupam a economia norte-americana no momento, segundo o ministro.
Na entrevista, Haddad afirmou que Lula deve marcar uma data para o anúncio da nova política de datacenters após retornar da viagem ao exterior que faz para Rússia e China, visando fortalecer relações comerciais em meio a guerra tarifária do presidente dos EUA, Donald Trump. O mandante da fazenda afirmou também que em reunião com o secretário do tesouro americano, Scott Bessent, ocorrida na semana passada, não foi pautada na política de data centers.
Relações internacionais e multilateralismo econômico
“Conversamos sobre tudo, inclusive sobre temas mais delicados”, afirmou Haddad. O petista ainda afirmou que o presidente Lula não fará escolhas entre o embate China x EUA, afirmando que são mercados diferentes e que tanto ele quanto o presidente acreditam no multilateralismo econômico.
A China é o maior parceiro comercial do Brasil, como você vai prescindir disso? O Brasil precisa exportar. Os EUA tem a tecnologia de ponta que ninguém domina, a China está correndo atrás e fazendo um excelente trabalho de buscar alcançar a tecnologia americana, mas o Vale do Silício está na frente. Nós dependemos de tecnologia como o mundo inteiro depende, e essas parcerias são fundamentais para o Brasil se desenvolver, considerou.
Lula critica tarifas de Trump e reforça laços com Putin em visita
Durante visita oficial a Moscou nesta sexta-feira (9), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou as tarifas comerciais impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e reforçou o compromisso do Brasil em aprofundar a parceria estratégica com a Rússia.
O encontro com o presidente russo Vladimir Putin ocorreu no contexto das celebrações do 80º aniversário da vitória soviética sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial, evento que também contou com a presença do líder chinês Xi Jinping.
Lula classificou as tarifas unilaterais de 25% sobre aço e alumínio, implementadas por Trump, como prejudiciais ao livre comércio e ao multilateralismo. “As últimas decisões anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos de taxar o comércio com todos os países do mundo, de forma unilateral, jogam por terra a grande ideia do livre comércio”, afirmou o presidente brasileiro.