A inflação alemã chegou ao seu maior nível em quase 50 anos. De acordo com resultado divulgado nesta segunda-feira (30) pelo Destatis, Instituto Alemão de Estatísticas, a prévia do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, sigla em inglês) na Alemanha em maio foi de 7,9%. O resultado está acima do previsto pelos economistas consultados pelo “Wall Street Journal”, que projetavam uma alta de 7,5%. Na relação mensal, o avanço foi de 0,9% em relação ao mês anterior.
De acordo com a Destatis, a guerra entre Rússia e Ucrânia aumentou os preços de energia, causando um grande impacto na política econômica da Alemanha, que apresentou nesta segunda-feira uma alta taxa de inflação. Os preços de energia aumentaram 38,3% em maio em comparação anual, enquanto os preços dos alimentos apresentaram alta a uma taxa acima de 11,1%.
O CPI harmonizado, calculado com base nos padrões da União Europeia (UE), também apresentou alta de 8,7% na base anual em maio e 1,1% na relação maio com abril.
Segundo Fritzi Koehler-Geib, economista-chefe do banco estatal de desenvolvimento alemão KfW, as taxas de juros podem subir pela primeira vez desde 2011. A economista afirma que é de suma importância que o BCE (Banco Central Europeu) tome medidas, pois as expectativas de inflação subiram acima de 2% desde do começo da guerra na Ucrânia.
Na segunda-feira passada (23), a presidente do BCE, Christine Lagarde afirmou que o banco provavelmente elevará sua taxa básica de juros até o final de setembro. Alguns investidores defendem que uma elevação da taxa básica de juros irá desacelerar o crescimento da zona do euro, composta por 19 nações, para uma recessão.
Ainda segundo a agência de estatísticas Destatis, a última vez que a inflação alemã se mostrou equiparável foi durante os anos 70, quando a Alemanha sofreu com a primeira crise do petróleo, em 1973, por conta dos aumentos nos preços dos barris de petróleo.