Os dados preliminares divulgados pelo Eurostat, escritório de estatísticas da União Europeia, apontam que o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) da zona do euro encerrou o ano passado em 2,9% em termos anualizados. Isso representou um aumento em relação aos 2,4% observados em novembro, quase em consonância com a expectativa do consenso de analistas, que previa uma taxa anual de 3,0%.
O aumento da inflação em dezembro foi impulsionado pelos preços da energia, que ainda apresentaram deflação, porém, em um ritmo mais lento do que em novembro. No entanto, os preços de alimentos, bebidas e fumo reduziram sua inflação em dezembro, enquanto a inflação de serviços permaneceu estável em 4,0%, de acordo com a prévia divulgada.
Nas maiores economias da zona do euro, estima-se que a Alemanha e a França tenham tido acelerações na inflação anualizada, enquanto a Espanha manteve-se estável e a Itália registrou um recuo nos preços.
BCE prevê estabilização na inflação
Esses dados corroboram a previsão do Banco Central Europeu (BCE) de que a inflação atingiu seu ponto mais baixo em novembro e, a partir de agora, se estabilizará na faixa de 2,5% a 3% ao longo de 2024, ultrapassando a meta de 2% do banco, antes de diminuir novamente em 2025.
Apesar disso, o núcleo da inflação, que exclui alimentos e energia, diminuiu de 3,6% para 3,4%, indicando uma possível moderação das pressões sobre os preços, mesmo com o aumento do índice principal.
Contudo, os dados sobre a inflação de serviços, que aumentaram no mês e permaneceram estáveis anualmente, podem preocupar as autoridades monetárias, pois estão ligados aos salários e podem indicar um rápido crescimento da renda, o que poderia alimentar as pressões inflacionárias.
Enquanto os investidores apostam em cortes de juros do BCE ao longo do ano, com possíveis ações já a partir de março ou abril, os responsáveis pela política monetária alertam que as pressões inflacionárias persistem e que os acordos salariais ainda não foram concluídos, possivelmente demandando uma espera até meados de 2024 para garantir que a inflação esteja sob controle.
A próxima reunião do BCE está marcada para 25 de janeiro, e até o momento, o banco indicou claramente que não planeja tomar nenhuma ação.