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Macron segue como favorito no segundo turno das eleições na França

"Nada está garantido", declarou o presidente na quinta-feira (21) como uma forma de mobilizar o eleitorado

Emmanuel Macron, o atual presidente da França, segue como o favorito no segundo turno das eleições presidenciais que ocorrem neste domingo (24), disputado contra Marine Le Pen, líder da direita radical.

Macron vem ampliando progressivamente sua vantagem na disputa pelo Palácio do Eliseu, no último dia de campanha definido pela lei eleitoral francesa. No entanto, as estatísticas permanecem em um nível menor quando comparada a eleição de 2017, que garantiu sua vitória sem dificuldades.

De acordo com uma pesquisa Ipsos em parceria com o Centro de Pesquisas Políticas da universidade Sciences Po para o jornal Le Monde, realizada com quase 13 mil pessoas, o resultado do segundo turno deve ficar em 56% dos votos para Macron e 44% para Le Pen. Em geral, Macron lidera as últimas pesquisas com 53% a 57,5% dos votos contra 42,5% a 47% para Le Pen. Na última eleição, Macron venceu Le Pen com 32 pontos percentuais de diferença.

Se for eleito, o centrista deverá se beneficiar mais do sentimento de rejeição de parte do eleitorado em relação à Le Pen. Isso significa que os votos seriam destinados a barrar a chegada da direita radical ao poder, do que de uma real adesão às suas ideias e ao seu programa de governo.

Segundo a pesquisa, 39% dos eleitores que pretendem votar em Macron no domingo (24) têm como motivação principal impedir que Le Pen seja eleita. Por outro lado, 25% afirmam que as ideias do centrista são mais próximas das suas, e 36% dizem confiar nele.

No caso de Le Pen, 42% afirmam aderir às ideias da candidata da direita radical, enquanto 38% têm o objetivo de evitar que Macron seja reeleito. Os 20% restantes dizem confiar na candidata do Reunião Nacional (ex-Frente Nacional) .

Um dos desafios de Macron é seduzir o eleitorado de esquerda, sobretudo o de Jean-Luc Mélenchon, líder da esquerda radical que obteve quase 22% no primeiro turno. Mélenchon declarou que “nem um voto deve ser dado a Le Pen”, todavia, não lançou um apelo para seu eleitorado destinar os votos ao centrista. 

A progressão de Macron nas pesquisas nos últimos dias decorre justamente da parte do eleitorado de Mélenchon, que antes pensava em se abster ou votar branco ou nulo, e deve agora deve escolher o presidente para impedir a eventual chegada de Le Pen ao poder.