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Bitcoin: maior detentora de criptos compra mais US$ 150 milhões

A empresa comprou 5.445 Bitcoins entre 1º de agosto e 24 de setembro a um preço médio de US$ 27.053 por token

Empresa de capital aberto que mais detém bitcoin, a MicroStrategy aumentou seu estoque da maior criptomoeda do mundo nos últimos dois meses, usando a venda de ações para ajudar a financiar quase US$ 150 milhões em compras. As informações são da “Bloomberg”.

A fabricante de software empresarial cofundada pelo entusiasta de criptomoedas Michael Saylor comprou 5.445 Bitcoins entre 1º de agosto e 24 de setembro a um preço médio de US$ 27.053 por token, de acordo com um documento apresentado na segunda-feira (25) à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC). As compras ocorreram enquanto o bitcoin era negociado na faixa de US$ 25.000 a US$ 30.000; a moeda subiu quase 60% este ano.

A MicroStrategy começou a comprar bitcoin em 2020 e aumentou as compras este ano, à medida que a criptomoeda se recuperava de um ano de perdas causadas pelo aumento das taxas e por algumas implosões e falências de companhias do setor cripto de alto perfil. A empresa voltou à lucratividade no segundo trimestre, depois de sofrer uma grande baixa contábil um ano antes por causa da queda do bitcoin.

BC espera concluir regulação das criptomoedas até 2024

O diretor de Regulação do BC (Banco Central), Otávio Damaso, afirmou no final de agosto à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras que a regulação do mercado de criptomoedas no País deverá ser concluída até o 1º semestre de 2024. Segundo ele, o banco vem debatendo o tema com diversos setores e espera colocar uma proposta em consulta pública até o final do ano.

Damaso adiantou pontos que deverão fazer parte do novo regramento, como a necessidade de se exigir das empresas a separação entre ativos próprios e de clientes.

“A segregação patrimonial é um ponto que defendemos. Se o Congresso tiver interesse em retomar o debate, o BC e outros órgãos do governo gostariam de contribuir. Podemos fazer alguma coisa no âmbito da regulação, mas não a blindagem legal que caberia ao Congresso”, afirmou.

O representante do Banco Central acrescentou ainda que a regulação está sendo montada com base em recomendações do Fundo Monetário Internacional (FMI), do Financial Stability Board e do Grupo de Ação Financeira Internacional (Gafi), que prevê regras específicas para os chamados provedores de serviços de ativos virtuais (Vasp, na sigla em inglês, Virtual Asset Service Provider).

Entre os desafios da regulação como maneira de evitar crimes com ativos digitais, ele apontou a diversidade do mercado, com empresas de porte e constituição bastante diferentes, e, principalmente, a existência de empresas que operam fora do País, as chamadas offshore.

“Tem um conjunto de empresas que está fora do País, fora da nossa jurisdição, não poderemos regulá-las nem puni-las”, destacou.

Segundo Damaso, cerca de 2 milhões de pessoas e 70 mil empresas utilizam criptomoedas no Brasil, em operações como pagamento de importações, envio e recebimento de recursos para o exterior e investimentos.