A negociação envolvendo a compra da Activision Blizzard pela Microsoft finalmente foi concluída, depois de uma briga de quase dois anos com reguladores globais que ameaçou anular o acordo.
A transação alcançou a cifra de US$ 69 bilhões (R$ 351 bilhões na cotação atual), e é a maior aquisição de todos os tempos na indústria de videogames. Com isso, a Microsoft se fortalece contra os rivais, saltando do quinto para o terceiro lugar globalmente, atrás da Tencent Holdings e Sony.
A aquisição é uma reviravolta impressionante após os executivos da fabricante do Xbox substimarem a magnitude e duração das objeções antitrust, forçando a gigante de software a buscar uma prorrogação de três meses para o período de experição do acordo com a Activision, que é produtora de jogos como Call of Duty e Candy Crush.
A Microsoft conseguiu fechar depois de fazer alterações em seu acordo de fusão para conquistar as autoridades do Reino Unido. A Comissão Federal de Comércio dos EUA, que perdeu uma tentativa de bloquear a transação em tribunal, continua a tentar ações legais na sua própria audiência administrativa. Isso ainda poderia forçar as duas empresas a rescindir o acordo se a comissão for bem-sucedida.
A Autoridade de Concorrência e Mercados do Reino Unido anunciou na sexta-feira que aprovou o acordo depois de aceitar um plano de reestruturação envolvendo a venda de alguns direitos de jogos para a editora francesa Ubisoft Entertainment. O regulador estava preocupado em preservar a concorrência no mercado nascente de jogos transmitidos pela nuvem.
‘Call of Duty’ segue no Playstation
Em julho, a Microsoft assinou um acordo para manter “Call of Duty” no PlayStation após a aquisição da Activision Blizzard, afirmou o CEO da Microsoft Gaming, Phil Spencer, por meio de uma publicação no X, antigo Twitter. A decisão de manter “Call of Duty” disponível no PlayStation pode ajudar a diminuir as preocupações em relação ao impacto da aquisição na concorrência entre as plataformas de jogos.
Em relação ao acordo, o presidente da Microsoft, Brad Smith, afirmou em um tweet: “Mesmo após cruzarmos a linha de chegada para a aprovação deste acordo, continuaremos focados em garantir que Call of Duty esteja disponível em mais plataformas e para mais consumidores do que nunca”.
A FTC (Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos) argumentou que o acordo de aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft teria o potencial de prejudicar os consumidores, tanto aqueles que jogam videogames em consoles quanto os que possuem assinaturas.
Para resolver as preocupações da FTC, a Microsoft havia concordado anteriormente em licenciar “Call of Duty” para rivais, incluindo um contrato de 10 anos com a Nintendo, dependendo do fechamento da fusão.