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Milei diz em carta a Lula que não vai aderir ao Brics

O convite para adesão ao bloco foi feito em agosto deste ano a seis países, incluindo a Argentina

O presidente argentino, Javier Milei, enviou uma carta ao Brasil expressando a recusa do país em aderir ao Brics. No documento, Milei considerou inoportuna a entrada da Argentina no grupo composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O convite para adesão ao bloco foi feito em agosto deste ano a seis países, incluindo a Argentina.

Caso aceitasse o convite, a Argentina se tornaria formalmente membro do Brics a partir de 1º de janeiro de 2024. Na carta, Milei destacou que algumas decisões tomadas pela gestão anterior, como a criação de uma unidade especializada para a participação ativa no Brics, serão revisadas.

O posicionamento de Buenos Aires não surpreendeu autoridades brasileiras, já que em novembro a ministra das Relações Exteriores da Argentina indicou a não adesão ao bloco. Milei, quando ainda era candidato à presidência, havia expressado sua oposição à entrada da Argentina no Brics, afirmando que o alinhamento geopolítico do país era com os Estados Unidos e Israel, não com países comunistas.

Durante a última cúpula do Brics, realizada em agosto de 2023, os membros concordaram em ampliar o grupo, formalizando convites a seis nações, incluindo Argentina, Egito, Irã, Etiópia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Todos os países convidados devem cumprir certas condições para integrar o grupo a partir de 1º de janeiro de 2024.

Brics recebe convite de diversos países

Em resposta ao convite feito à Argentina para integrar o Brics após a cúpula realizada em Joanesburgo em agosto, o Brasil expressou seu desejo de manter sua influência no bloco, diante da possibilidade de perder poder para a Rússia e China com a adesão de novos membros, como Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Irã.

O interesse de adesão ao grupo é extenso, com 17 países formalmente candidatos ao Brics em agosto, além dos novos membros convidados.

O Brics, buscando realizar seu potencial econômico, emerge como uma alternativa geopolítica à liderança dos EUA, representando o Sul Global em uma nova ordem mundial.

A Rússia lamentou a recusa da Argentina em se juntar ao grupo. Leonid Slutsky, chefe do comitê de relações internacionais da Duma russa, expressou sua lamentação pela oportunidade perdida por Buenos Aires, segundo a agência de notícias estatal Ria Novósti.

Enquanto isso, a economia argentina enfrenta desequilíbrios significativos e escassas reservas monetárias, necessitando urgentemente aumentar suas reservas de moeda estrangeira.