O candidato da extrema direita à Presidência da Argentina, Javier Milei, criticou a entrada do país no Brics. “Nosso alinhamento geopolítico é com Estados Unidos e Israel. Não vamos nos alinhar com os comunistas”, disse o economista ao jornal “Clarín”. Segundo ele, porém, “o setor privado pode negociar com quem quiser”.
A candidata de centro direita Patricia Bullrich, ex-ministra da Segurança do governo de Mauricio Macri, seguiu pelo mesmo caminho.
“A Argentina sob o nosso governo não estará no Brics”, declarou, em um evento na cidade de Buenos Aires. “O presidente, que está em uma situação de enorme fragilidade e sem exercer seu cargo, acaba de comprometer a Argentina a aderir ao Brics, no momento em que ocorre a guerra na Ucrânia”.
O presidente Alberto Fernández, por sua vez, defendeu o ingresso do país no bloco e ressaltou que o Brics representa 24% do PIB global.
“Vamos ser protagonistas de um destino comum em um bloco que representa mais de 40% da população mundial”, prosseguiu. “A nossa entrada no Brics é um objetivo coerente com a nossa busca de projetar o país como um interlocutor-chave e um potencial articulador de consensos em colaboração com outras nações.”
BRICS: seis novos países entrarão para o bloco em janeiro de 2024
Em uma declaração conjunta na manhã de quinta-feira (24), os líderes do BRICS – o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva; o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa; o presidente da China, Xi Jinping; o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi; e o presidente da Rússia, Vladimir Putin (de forma virtual) – anunciaram a entrada de seis novos países ao grupo.
A partir de janeiro de 2024, Arábia Saudita, Argentina, Egito, Etiópia, Irã e Emirados Árabes Unidos passarão a fazer parte do bloco de nações emergentes. É a primeira expansão desde 2011, quando ocorreu a entrada da África do Sul. Com isso, o BRICS terá cerca de 46% da população mundial e quase 36% do PIB global em paridade de compra. A adesão foi oficializada na Declaração de Joanesburgo , documento acordado entre todos os atuais integrantes do BRICS.
“Neste mundo em transição, o BRICS nos oferece uma fonte de soluções criativas para os desafios que enfrentamos. A relevância do BRICS é confirmada pelo interesse crescente que outros países demonstram de adesão ao agrupamento. Entre os vários resultados da cúpula de hoje, ressalto a ampliação do BRICS, com a inclusão de novos membros”, disse o presidente Lula em seu discurso.