O ministro da Economia da Argentina, Martín Guzmán, anunciou a renúncia do cargo no último sábado (2).
Por meio de uma carta em seu perfil pessoal de uma rede social, o ex-ministro da economia argentina ressaltou em sete páginas os agradecimentos após seu desligamento.
Guzmán enfatizou as obras – na visão dele – positivas realizadas pelo governo argentino desde dezembro de 2019, ao destinar o texto ao atual presidente Alberto Fernández.
Apesar do tamanho da carta, o ex-ministro não deixou claro os motivos de sua saída e sua saída foi uma surpresa para o governo do país, de acordo com o “La Nación”.
O pronunciamento de Guzmán nas redes sociais aconteceu ao mesmo tempo em que a vice-presidente da nação, Cristina Kirchner, realizava um discurso criticando a política monetária atual do governo.
As críticas diretas ao ex-ministro por parte de Kirchner foram consequências dos atritos já vividos entre os dois representantes do governo argentino.
Renúncia do Ministro da Economia acontece em período conturbado na Argentina
A economia argentina enfrenta um período de recessão nos últimos anos, que se intensificou em 2022.
Só neste ano, a alta inflacionária acumulada entre janeiro e maio foi de 29,3% e posteriormente saltou para 60,7% no mês de maio.
Os resultados negativos fizeram com que a economia do país atingisse uma das maiores altas de inflação ao redor do mundo, principalmente após o BCA (Banco Central da Argentina) anunciar um novo aumento na taxa básica de juros.
A alta anunciada em 16 de junho foi a maior nos últimos três anos de economia argentina, puxada pela crise inflacionária vivida também nos EUA e na Europa.
Na ocasião, a taxa Leliq – equivalente à Selic brasileira – cresceu 300 pontos-base para o nível de 52%.
Apesar do cenário complicado, o governo de Fernandez ainda não se pronunciou oficialmente sobre a renúncia do ex-ministro da Economia.