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ONU repudia medidas de Israel na Faixa de Gaza após ataques do Hamas

Alto comissário da organização reprovou o "bloqueio completo", anunciado por Israel, em reposta aos ataques do grupo extremista palestino.

O representante máximo da Organização das Nações Unidas (ONU) para questões de Direitos Humanos, Volker Türk, expressou sua forte reprovação na manhã desta terça-feira (10) em relação ao “bloqueio completo”, anunciado por Israel, como parte de sua resposta aos ataques realizados pelo grupo extremista palestino Hamas.

“A imposição de cercos que colocam em risco a vida de civis, privando-os de bens essenciais para sua sobrevivência, é proibida pelo direito internacional humanitário”, afirmou o representante da ONU em comunicado divulgado nesta manhã.

Em um vídeo divulgado na segunda-feira (9), o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, declarou que o país implementaria um “isolamento total” na Faixa de Gaza, que incluiria cortes no fornecimento de eletricidade, gás e água. A Faixa de Gaza é habitada por aproximadamente 2,3 milhões de palestinos e está sob o controle do Hamas.

Türk manifestou sua preocupação de que a decisão de Israel possa agravar consideravelmente a crise humanitária em Gaza, afetando a operação das instalações médicas, que já estão sobrecarregadas devido ao crescente número de feridos desde o início do conflito. Em seu comunicado, o representante da ONU também censurou a violência perpetrada pelo Hamas, expressando profundo choque diante dos relatos de execuções sumárias de civis e de alegados massacres ocorridos durante o ataque a Israel.

“Civis nunca devem ser usados como moeda de troca”, disse Türk. Peço aos grupos armados palestinos que libertem imediatamente e incondicionalmente todos os civis que foram capturados e que ainda estão presos. A tomada de reféns é proibida pelo direito internacional.”

Hamas diz que não negociará reféns até o fim do conflito com Israel

Ismail Haniyeh, líder do escritório político do Hamas, declarou nesta terça-feira que o grupo extremista palestino não está disposto a entrar em negociações com Israel sobre a questão dos reféns capturados enquanto o conflito, que teve início no último sábado, não for encerrado.

“Informamos a todas as partes que entraram em contato conosco sobre os prisioneiros do inimigo mantidos pela resistência que esse arquivo não será aberto antes do fim da batalha”, disse ele, citado pela rede britânica “BBC”.

As autoridades israelenses estimam que aproximadamente 150 indivíduos foram sequestrados por militantes do Hamas após uma incursão no território israelense no último sábado, o que deu início ao mais grave conflito na região em décadas.

Na segunda-feira (9), o Hamas emitiu uma ameaça de que a vida de um refém israelens seria colocada em risco a cada ataque aéreo executado por Israel contra a Faixa de Gaza, que está sob controle do grupo extremista palestino. Nesta terça-feira (10), Israel intensificou sua campanha de bombardeios e recuperou o controle de sua fronteira com Gaza após os ataques realizados pelo Hamas.