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Partido Comunista chinês irá coroar Xi Jinping como líder vitalício

Xi será indicado para um terceiro mandato como secretário-geral do partido comunista chinês

Após o feriado prolongado do 73º Dia Nacional da República Popular da China, que começou no sábado (1º), o Partido Comunista chinês se prepara para coroar o presidente Xi Jinping como líder vitalício. 

O aniversário marca o início do que será um mês quase inteiro de pompa patriótica que culminará com a indicação de Xi para um terceiro mandato como secretário-geral do partido e chefe das Forças Armadas chinesas.

A recondução de Xi ao cargo de chefe de Estado não será oficial até a sessão anual que o Congresso Nacional do Povo, o Parlamento chinês, prevista para março. 

A turnê de comemoração foi iniciada na última semana, quando Xi guiou os demais membros do órgão mais poderoso do PC em uma exposição que fazia a propaganda das “realizações da nova era” da China ao longo de seus dois primeiros mandatos.

Essa foi sua primeira aparição pública de Xi desde 15 de setembro, quando ele participou de uma cúpula regional sobre segurança no Uzbequistão e se encontrou com o presidente da Rússia, Vladimir Putin.

No último congresso do PC, em outubro de 2017, Xi não indicou um sucessor claro e depois disso o Congresso Nacional do Povo emendou a Constituição para permitir que ele cumprisse três ou mais mandatos como presidente. 

Os cargos militares e partidários mais importantes de Xi nunca foram sujeitos a limites quanto ao número de mandatos.

Membros do comitê podem deixar postos durante congresso de partido comunista chinês

Por conta de uma regra não oficial, que prevê que pessoas com mais de 68 anos não podem ser reconduzidas ao comitê, dois membros no Comitê Permanente do Politburo devem deixar seus postos durante o congresso do PC. 

Com 69 anos, Xi pode fortalecer ainda mais sua posição no topo do partido se baixar esse limite para 67 anos – uma medida que obrigaria outros três membros a renunciar, entre eles o primeiro-ministro Li Keqiang.

Também há especulações de que Xi poderia ressuscitar e assumir o título de presidente do partido, mantido por 33 anos por Mao Tsé-tung, herói revolucionário do partido e ídolo político de Xi.

Além de remover os limites para o número de mandatos como presidente, as revisões constitucionais de Xi também fortaleceram a ideia de que o país opera “sob a liderança do Partido Comunista Chinês” – um paradoxo que o PC acredita que o autoriza a criminalizar o discurso “contra o partido”, os protestos e outros direitos civis consagrados na Constituição.