O crescimento de 3,3% do PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA no quarto trimestre de 2023 (4T23), divulgado na manhã desta quinta-feira (25), surpreendeu o mercado, mas o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala, chama atenção para um outro dado.
Ainda que o desempenho do PIB tenha sido muito acima dos 2,5% que era o esperado, Paulo Gala destaca que os números da inflação também surpreenderam de forma positiva.
“Impressionante como a economia americana está robusta, crescendo mais do que se imagina. Por outro lado veio uma boa notícia na parte de preços do deflator implícito do PIB mostrando uma inflação mais baixa do que se imaginava com uma alta de 1,5%, sendo que o esperado era 2,2% anualizado, e no núcleo esperado era 2% e veio 2%, então uma boa notícia de inflação dentro desse dado de PIB. O mercado acabou fazendo uma leitura boa disso de que apesar da economia está mais aquecida, os preços estão mais comportados”. avaliou o economista
Apesar da boa notícia, Gala acredita que o ciclo de corte de juros por lá não deva se iniciar na reunião do Fed (Federal Reserve) da próxima semana. “ Apesar do dado de PIB ter sido forte, o dado de inflação bom e seguros de desemprego também apresentarem uma leve alta hoje pela manhã, o mercado não deve mudar muito o prognóstico de corte. Eu acho que maio é mais provável, embora tenha gente que ainda aposta em março, mas eu acho que maio deve seguir como o mais provável”, projetou.
Por fim, o economista do Banco Master lamentou as previsões equivocadas da maioria dos colegas, que previam uma recessão na economia americana. “Mais um dado robusto de crescimento dos Estados Unidos muito longe de recessão. Vale lembrar que infelizmente a maioria dos economistas previram recessão para 2023 e os Estados Unidos passaram bem longe disso”, pontou.
Ibovespa fecha sessão em alta com ajuda do exterior; dólar cai
A bolsa e o real reagiram de forma positiva aos dados do PIB dos EUA. O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, operou durante toda a sessão desta quinta-feira (25) no positivo e fechou o dia com alta de 0,28%, aos 128.168 pontos. O dólar comercial caiu 0,19%, cotado a R$ 4,92.
Outra fator determinante para o desempenho foi a forte alta do petróleo na sessão. A commodity atingiu os maiores patamares de 2024 após a divulgação do PIB americano e apesar das tensões geopolíticas no Oriente Médio e Leste Europeu seguem dando suporte à commodity energética.
O petróleo WTI, a referência americana, com entrega prevista para março subiu 3,02%, a US$ 77,36 por barril. Já o Brent, a referência global, para o mesmo mês avançou 2,99%, a US$ 82,43 por barril.