Mundo

Petróleo fecha em forte alta e alavanca brasileiras do setor

O petróleo voltou a apresentar volatilidade nesta sexta-feira (17)

O petróleo voltou a apresentar volatilidade nesta sexta-feira (17). Diferentemente da sessão de, quinta (16), quando fechou com forte queda, a commodity reagiu e mostrou avanço consistente no dia.

O barril do petróleo WTI – referência americana – com entrega prevista para janeiro de 2024 teve alta de 4,04%, a US$ 76,04. Já o barril do Brent – referência global – para o mesmo o mesmo mês avançou 4,12%, a US$ 80,61. Apesar da valorização, ao longo da semana o WTI caiu 1,43% e o Brent 1%.

O movimento ajudou os papéis das petrolíferas do Brasil. As ações da Petrobras (PETR3;PETR4) subiram 3,98% e 2,93%, respectivamente. Já a PRIO (PRIO3) avançou 2,60%.

O principal fator atribuído à alta do petróleo, é o indicativo de que a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) pode reduzir a oferta de óleo, a fim de segurar os preços em nível mais alto.

Segundo a Capital Economics, a terceira semana consecutiva de perdas do petróleo, apesar da guerra em Israel, mostra que “o mercado petrolífero parece estar mais bem abastecido do que se esperava anteriormente”, e o fato dos preços do Brent permanecerem abaixo de US$ 80 deve forçar não só Arábia Saudita e Rússia a prorrogarem os cortes, mas a Opep+ a procurar novas formas de restringir a oferta.

A Marex avalia que, apesar da alta do petróleo nesta sexta, que parece ser em parte por compensação à queda de quinta-feira, o cenário geral ainda favorece a queda de preços. Em nota a clientes, ela afirma que a alta dos estoques de petróleo nos EUA mostra um setor bem abastecido do lado da oferta, e avalia que os estoques mantidos em Cushing estão 4 milhões de barris mais altos do que a média desde outubro.

Ibovespa: veja fatores que ajudaram bolsa a bater os 125 mil pontos

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, engatou sua terceira alta seguida na sessão desta sexta-feira (17) e alcançou os 125 mil pontos. Analistas apontam alguns fatores que ajudaram a bolsa a atingir o patamar.

O CEO do Transferbank, Luiz Felipe Bazzo, destaca que o índice foi impulsionado principalmente pela valorização das ações da Petrobras (PETR4) e da Vale (VALE3), e da decisão do governo em manter a meta fiscal para 2024.

Além disso, nesta sexta tivemos a divulgação do IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), que recuou 0,06% em setembro na comparação com o mês anterior, segundo número dessazonalizado. “A leitura do mês foi bem pior do que a expectativa em pesquisa da Reuters, de avanço de 0,20%, e marcou o segundo mês seguido no vermelho”, ressalta Bazzo.

O índice, considerado um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), apontou contração de 0,64% no terceiro trimestre, na comparação com os três meses anteriores, e mostrou perda de força ao longo do ano, depois de ter avançado 2,39% no primeiro trimestre e 0,75% no segundo.

Apesar disso, o relatório Focus desta semana indica uma ligeira queda na inflação deste ano, de 4,63% para 4,59%. “Isso indica uma possível estabilização nos preços, o que é uma notícia positiva para a economia, sugerindo uma menor pressão inflacionária no curto prazo”.

Cenário externo

Tão importante quanto o cenário local, foi o quadro no exterior para o desempenho da bolsa brasileira. “O fluxo de fechamento da curva de juros nos EUA, somado ao entendimento de uma postura mais branda tanto em solo americano quanto no Velho Continente, reflexo dos dados acerca de preços e produção entregues, gerou margem à finalmente vislumbrar uma inflação arrefecendo, sugerindo um maior domínio dos BCs sob a situação, muito bem visto pelo mercado”, ressalta o sócio da Aware Investments, João Guilherme Caenazzo.

Caenazzo avalia que a perspectiva de nova injeção de incentivos na economia chinesa, a bolsa brasileira refletiu o bom humor externo e agregou a isso a entrega do IBC-Br, indicando o arrefecimento da economia e margem para juros menos restritivos, junto à intenção do poder executivo em cumprir suas ambições fiscais.