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PIB da China cresce 0,4% no 2º trimestre na base anual, abaixo da expectativa

De acordo com o consenso Refinitiv, o PIB da China estava previsto para subir 1%

Segunda maior economia do mundo, a China registrou um crescimento da atividade econômica de 0,4% no segundo trimestre em relação ao ano anterior, em meio aos impactos das restrições de mobilidade por conta da pandemia da Covid-19. De acordo com o consenso Refinitiv, o PIB da China estava previsto para subir 1% no trimestre em relação ao ano anterior, desacelerando significativamente de 4,8% no primeiro trimestre.

Na comparação trimestral, o PIB da China caiu 2,6% no segundo trimestre, em comparação com as expectativas de queda de 1,5% e ganho revisado de 1,4% no trimestre anterior. No primeiro semestre, o PIB cresceu 2,5%.

Restrições contra Covid-19

O grande impacto para o resultado foi as restrições impostas por conta da pandemia da Covid-19. Bloqueios totais ou parciais foram feitos nos principais centros do país em março e abril, incluindo a capital comercial Xangai.

Embora muitas dessas restrições tenham sido suspensas e os dados de junho tenham dado sinais de melhora, os analistas não esperam uma rápida recuperação econômica.

A China segue mantendo sua rigorosa política de zero Covid em meio a novos surtos e, com isso, o mercado imobiliário do país está em profunda queda e as perspectivas globais estão escurecendo.

Uma pesquisa da Reuters prevê que o crescimento da China desacelere para 4% neste ano, muito abaixo da meta oficial de crescimento de cerca de 5,5%.

Dados de atividade de junho

Em contrapartida, os dados de atividade de junho, divulgados nesta sexta (15), apontaram uma alta de 3,9% da produção industrial da China no mês em relação ao ano anterior, ainda que abaixo da projeção de 4,1% prevista por analistas.

No entanto, as vendas no varejo em junho subiram 3,1%, recuperando-se de uma queda anterior e superando as expectativas de nenhum crescimento em relação ao ano anterior. As principais empresas de comércio eletrônico realizaram uma série de eventos de compras promocionais em meados do mês passado, segundo o InfoMoney.

As vendas no varejo em junho tiveram um aumento de gastos em muitas categorias, incluindo automóveis, cosméticos e medicamentos. Já itens de restauração, móveis e materiais de construção tiveram um declínio. 

No varejo, as vendas online de bens físicos cresceram 8,3% em relação ao ano anterior em junho, abaixo do crescimento de 14% no mês anterior.

O investimento em ativos fixos para o primeiro semestre do ano ficou levemente acima das expectativas, com alta de 6,1% contra 6% previstos. O geral aumentou mensalmente, subindo 0,95% em junho em relação a maio, para um valor não divulgado.

Já o investimento em infraestrutura e manufatura manteve ritmo de crescimento semelhante ou melhor de maio a junho, enquanto que o do setor imobiliário piorou. O investimento em imóveis no primeiro semestre do ano caiu 5,4% em relação ao ano anterior, pior do que a queda de 4% nos primeiros cinco meses do ano.

A taxa de desemprego baseada em pesquisa nacional caiu para 5,5% em junho, ante 5,9% em maio. Todavia, o desemprego juvenil – entre 16 e 24 anos – atingiu um recorde de 19,3% em junho, superior a 18,4% em maio.

No setor imobiliário, os preços das casas caíram 0,5% em relação ao ano anterior, uma piora frente à queda de 0,1% no mês anterior.

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O investimento imobiliário teve baixa de 9,4% em junho, ante uma baixa de 7,8% em maio, enquanto as vendas de imóveis estenderam suas quedas em mais 18,3% no mês passado.

O resultado do PIB da China afetou os mercados. As bolsas asiáticas fecharam mistas, enquanto os índices futuros de Nova York e mercados europeus sobem nesta sexta (15). 

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