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PIB dos EUA cai 1,4% no primeiro trimestre de 2022

Desde o segundo trimestre de 2020, esta foi a primeira queda no PIB trimestral do país norte-americano

O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos caiu 1,4% no primeiro trimestre deste ano, frente ao trimestre imediatamente anterior. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (28) pela “Bureau Of Economic Analysis (BEA)”, divisão do governo dos EUA responsável pelas análises e relatórios de dados econômicos do país. 

No último trimestre de 2021, o PIB dos Estados Unidos teve uma alta de 6,9%. O resultado do PIB norte-americano, referente ao primeiro trimestre de 2022, esperado pelo consenso Refinitiv, era de uma alta de 1,1%. 

De acordo com André Perfeito, economista-chefe da Necton, a situação com a queda da economia dos EUA é “preocupante”. 

“Muito provavelmente devemos ver a economia dos EUA caindo em alguma recessão ao longo deste ano na tentativa de controlar a inflação e também devido um cenário externo mais desafiador com economia chinesa sob o peso de um eventual lockdown e da economia europeia fragilizada com o conflito no Leste Europeu”, disse o economista em nota.

Segundo o relatório divulgado pela “BEA”, o ressurgimento dos casos de covid-19 no primeiro trimestre deste ano foi um agravante para a queda da economia.

Veja também: Dólar abre em alta após divulgação do PIB dos EUA

“O aumento nos casos de Covid-19 relacionados à variante Ômicron resultou em contínuas restrições e interrupções nas operações de estabelecimentos em algumas partes do país”, informou o órgão do governo dos EUA.

Para André Perfeito, entretanto, o setor de exportações e a queda no consumo do governo foram os grandes responsáveis pela queda do PIB dos EUA.

“O que contribuiu para a queda foi o Consumo do Governo (-2,7%) e o setor externo onde as exportações recuaram 5,9% e as importações subiram 17,7%. Este é um mal sinal uma vez que o dólar tende a continuar ganhando contra as principais moedas uma vez que os juros continuam subindo por lá e assim as importações tendem a continuar fortes e as exportações mais fracas tudo o mais constante.

O economista destaca que o consumo das famílias dos EUA continua forte e veio pelo sétimo trimestre consecutivo em alta, mas isso pode mudar já que o governo deve ser mais rígido em relação aos juros. 

“A elevação dos juros tende a atacar mais fortemente justamente o consumo dos norte-americanos para tentar refrear a inflação”, afirmou o economista-chefe da Necton sobre o PIB.

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