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Putin decreta lei marcial nas áreas anexadas da Ucrânia

Putin também anunciou uma “mobilização econômica” em oito regiões russas

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou nesta quarta-feira (19), através de decreto assinado pelo líder, que irá impor lei marcial nas quatro regiões da Ucrânia anexadas nas últimas semanas por Moscou. As informações foram divulgadas pela agência de notícias russa “Ria Novosti”.

Putin ainda anunciou uma “mobilização econômica” em oito regiões que fazem fronteira com a Ucrânia para restringir a entrada e saída de cidadãos destas áreas, são elas: Krasnodar, Belgorod, Bryansk, Voronezh, Kursk, Rostov, Crimeia e Sebastopol. 

A lei marcial, norma implementada em cenários de conflitos, crises civis e políticas, que substitui as leis e autoridades civis pelas militares, foi anunciada para Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhia, regiões anexadas no último 30 de setembro pela Rússia, após referendo questionado internacionalmente. 

O texto assinado por Putin prevê que em até três dias o governo russo irá apresentar propostas para impor a lei marcial, que entra em vigor na próxima quinta-feira (20), segundo a “Ria Novosti”.

A lei eleva para o nível máximo os alertas de segurança para a área e dá às forças armadas russas autoridade total nas regiões, além de restringir reuniões e viagens de moradores.

O governo ucraniano, de Volodymyr Zelensky, disse, reagindo ao anúncio, que a declaração deveria ser considerada “pseudolegalização de saque de propriedade ucraniana”.

Putin, no entanto, justificou a decisão dizendo que estava apenas equiparando a situação das regiões anexadas com o resto do país e que as medidas decretadas aumentariam a estabilidade da economia e da indústria e aumentariam a produção para ajudar no esforço de guerra.

Já o decreto de Putin sobre “mobilização econômica” concedeu poderes adicionais aos líderes de todas as regiões da Rússia para proteger unidades de infraestrutura críticas, manter a ordem pública e aumentar a produção visando aumentar o esforço de guerra. Várias regiões russas citadas no decreto, incluindo Moscou, disseram que a decisão não altera nada nos locais, segundo a “Ria Novosti”.