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Putin anuncia mobilização militar parcial 

Em um anúncio gravado exibido na televisão, Putin disse que o ocidente "quer destruir nosso país”

O presidente russo Vladimir Putin anunciou, nesta quarta-feira (21), uma mobilização militar parcial no país. Em um anúncio gravado exibido na televisão, Putin disse que o Ocidente “quer destruir nosso país” e que o mesmo tentou “transformar o povo da Ucrânia em bucha de canhão”. 

O presidente repetiu alegações anteriores em que ele culpou as nações ocidentais por iniciar uma guerra por procuração com a Rússia. Além disso, o presidente disse que “eventos de mobilização” começariam na quarta-feira (21), sem fornecer mais detalhes. Também disse que ordenou um aumento no financiamento para aumentar a produção de armas da Rússia, tendo comprometido (e perdido) uma grande quantidade de armamento durante o conflito, que começou no final do ano passado. 

Uma mobilização parcial pode significar que as empresas e os cidadãos russos tenham que contribuir mais para o esforço de guerra. Apesar de ter invadido a Ucrânia em fevereiro,  a Rússia ainda não declarou guerra ao país, ele chama sua invasão de “operação militar especial”.

O presidente russo confirmou que os reservistas militares seriam convocados para o serviço ativo, porém,  insistiu que um recrutamento mais amplo de homens russos em idade de combate não estava ocorrendo. 

“Reitero, estamos falando de mobilização parcial, ou seja, apenas os cidadãos que estão atualmente na reserva estarão sujeitos ao recrutamento e, sobretudo, aqueles que serviram nas Forças Armadas têm certa especialidade militar e experiência relevante. Os recrutas passarão obrigatoriamente por treinamento militar adicional com base na experiência da operação militar especial antes de partir para as unidades”, afirmou Putin.

Putin acusou o Ocidente de se envolver em chantagem nuclear

Putin também acusou o Ocidente de se envolver em chantagem nuclear contra a Rússia e alertou novamente que o país tinha “muitas armas para responder” ao que ele disse serem ameaças ocidentais, acrescentando que ele não estava blefando. 

Putin fez alusão ao armamento nuclear da Rússia em vários pontos durante o conflito com a Ucrânia, porém há dúvidas se Moscou realmente recorreria à implantação da arma, com analistas dizendo que poderia ser o mesmo que iniciar uma terceira guerra mundial.

O Ministério das Relações Exteriores da China pediu que todas as partes que se engajem no diálogo para encontrar uma maneira de abordar as preocupações de segurança de todas as partes. A ministra britânica do Ministério das Relações Exteriores, Gillian Keegan, disse à Sky News que os comentários de Putin não devem ser tomados de ânimo leve.

“Claramente é algo que devemos levar muito a sério porque, você sabe, não estamos no controle – também não tenho certeza se ele está no controle. Isso é obviamente uma escalada”, afirmou Keegan. 

Os mercados financeiros reagiram mal aos comentários de Putin, com uma alta de 2% no petróleo e o rublo russo caindo cerca de 2,6% em relação ao dólar. Sergei Shoigu, ministro de defesa da Rússia, informou mais detalhes sobre a mobilização parcial na manhã de quarta-feira (21), dizendo que 300.000 funcionários adicionais serão convocados para servir na campanha militar na Ucrânia.

Shoigu também disse, em entrevista à televisão estatal russa, que os estudantes e aqueles que serviram como recrutas não seriam convocados e que a maioria das reservas da Rússia não seria convocada.