Com o resultado de uma série de referendos em regiões da Ucrânia ocupadas pela Rússia, que aponta para uma votação favorável à anexação ao país russo, o Kremlin anunciou nesta quinta-feira (29) que irá anexar formalmente as regiões de Luhansk, Donetsk, Kherson e Zaporizhzhia ao seu território, o equivalente a 15% do território total da Ucrânia.
A cerimônia será realizada na sexta-feira (30). Segundo a agência de notícias russa Ria Novosti, o presidente Vladimir Putin, no cargo desde 2012, participará da cerimônia, às 15h do horário local (9h de Brasília), para assinar os acordos de entrada de novos territórios na Federação Russa.
A apuração mostrou que, em Donetsk, 99,23% votaram a favor da anexação; Lugansk somou 98,42%; Zaporinzhizhia, 93,11%; e Kherson teve 87,05%.
Países da Europa, os Estados Unidos e a Ucrânia não reconheceram o referendo nem os resultados. Com isso, a Ucrânia e o Ocidente rejeitam as votações, que foram organizadas às pressas sete meses após a invasão da Rússia, e são vistas como fraudes ilegítimas.
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Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, declarou que acordos serão assinados “com todos os quatro territórios que realizaram referendos e fizeram pedidos correspondentes ao lado russo”.
Na última quarta-feira (28), a União Europeia propôs um novo pacote de sanções à Rússia em resposta aos referendos, compatibilizando a oitava tentativa de parar a Rússia. Os EUA disseram que anunciarão mais sanções nos próximos dias. O Reino Unido, por sua vez, anunciou 92 novas sanções como resultado dos votos falsos.
Na semana passada, Putin declarou que não estava blefando ao afirmar que estaria disposto a usar armas nucleares para “proteger” a Rússia. A usina de Zaporijia foi tomada pela Rússia, mas atualmente é alvo de investidas ucranianas. Com isso, a Agência Internacional de Energia Atômica adverte para o risco de uma catástrofe nuclear.
