A Rússia entrou em default após perder o prazo do pagamento de títulos estrangeiros programado para o último domingo (26), o que resultou no primeiro calote do país desde 1918, afirmou a Casa Branca nesta segunda-feira (27).
A dívida em moeda estrangeira possuía o período de carência para pagamento de aproximadamente US$ 100 milhões em títulos não pagos pela Rússia.
Os pagamentos do país foram bloqueados após a aprovação de diversas sanções realizadas pelos EUA e pela UE (União Europeia), em consequência da invasão russa na Ucrânia.
Com os embargos, diversos ativos da nação tornaram-se intocáveis para os investidores, o que resultou no corte da Rússia com o sistema financeiro mundial.
Além disso, detentores de títulos afirmaram na manhã desta segunda (27) que diversos juros vencidos foram recebidos após a expiração do prazo de pagamento.
De acordo com informações da “Reuters”, uma autoridade norte-americana afirmou que a inadimplência mostra quanto as sanções estão impactando a economia da Rússia.
A declaração da autoridade aos repórteres dos EUA aconteceu após a Casa Branca divulgar um documento detalhando ações potenciais do G7 para apoiar a Ucrânia e reduzir ainda mais as receitas do petróleo de Moscou.
“A notícia desta manhã sobre a descoberta da inadimplência da Rússia, pela primeira vez em mais de um século, situa a força que os EUA, juntamente com aliados e parceiros, tomou, bem como o impacto na economia russa”, disse a instituição norte-americana em entrevista que aconteceu ao mesmo tempo da cúpula do G7 na Alemanha.
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O Tesouro dos EUA não renovou a licença que permitia à Rússia realizar o pagamento de investidores norte-americanos que compraram ativos russos.
Desde então, em maio de 2021, as dívidas em dólares ou moedas estrangeiras feitas por russos não foram possíveis de ser pagas.
O último calote para dívidas estrangeiras realizado pela Rússia foi em 1918, durante o repúdio da carga de dívidas realizado pelos bolcheviques.
Apesar do risco para um possível default já ter sido comentado no início deste ano, as sanções não permitiram que tal calote fosse evitado.
Por ora, o Kremlin alega que não há motivos para a Rússia dar calote, e que o país segue impossibilitado de enviar dinheiro aos detentores de títulos justamente por conta das sanções instauradas.
Além disso, o governo da Rússia também alega que os embargos visam levar o país a uma situação de “inadimplência artificial” e forçada.
