Apesar de ter cessado, por enquanto, a tentativa de rebelião do grupo Wagner no último sábado (24), a Rússia ainda sente os efeitos da crise militar que atingiu em cheio o presidente Vladimir Putin.
Nesta segunda-feira (26), o rublo caiu para seu nível mais baixo em quase 15 meses em relação ao dólar. A moeda russa oscila entre 87,23 — seu ponto mais fraco desde março de 2022 — e 84,25 na maior faixa de negociação vista em uma única sessão neste ano.
Atrito e negociação com Grupo Wagner
O chefe do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, aceitou cessar o motim iniciado na última sexta-feira (23) após negociações com a Bielorrússia, informou a cidade de Minsk. Segundo as autoridades bielorrussas, os rebeldes anunciaram o retorno para os quartéis na noite de sábado (24) “para evitar um banho de sangue”.
O líder do Grupo Wagner acabou aceitando uma proposta do presidente bielorusso Aleksandr Lukashenko para interromper o movimento de seus homens armados na Rússia e outras medidas para diminuir a escalada.
“Nesta manhã, Vladimir Putin, presidente da Rússia, informou seu colega bielorusso sobre a situação no sul da Rússia com a empresa militar privada Wagner. Os chefes de Estado concordaram sobre ações conjuntas”, afirmou Minsk em comunicado.
Pelo acordo, o Kremlin garante a segurança dos integrantes do Grupo Wagner, desde que os comboios rumo a Moscou retornem para de onde vieram.
Antes disso, o presidente russo afirmou que a rebelião foi uma “facada nas costas” e prometeu punir quem trair as Forças Armadas do país. Durante a declaração, o Putin disse que a resposta à rebelião seria dura e que todos os que tomaram parte no motim serão punidos. Segundo Putin, todas as Forças Armadas da Rússia já receberam todas as ordens necessárias.
“É um golpe para a Rússia, para o nosso povo. E nossas ações para defender a Pátria contra tal ameaça serão duras”, pontuou.
“Todos aqueles que deliberadamente pisaram no caminho da traição, que prepararam uma insurreição armada, que seguiram o caminho da chantagem e métodos terroristas, sofrerão punição inevitável, responderão tanto à lei quanto ao nosso povo”, acrescentou Putin.