Acusado de fraude contábil e manipulação de ações, o presidente do conselho de administração da Samsung, Lee Jae-yong, é alvo de um pedido de prisão feito por promotores sul-coreanos com pena de cinco anos de reclusão.
Os promotores acusam Lee, que era vice-presidente do conselho da Samsung Electronics em 2015, de fazer parte de um grupo de executivos que inflou o preço das ações da Cheil Industries, uma empresa têxtil, e desvalorizou o dos papéis da Samsung C&T, uma empresa de construção e engenharia, durante uma fusão para ajudar a consolidar o controle do conglomerado bilionário. As informações são do Financial Times.
Eles argumentam que a suposta manipulação de ações por Lee causou prejuízos aos acionistas da Samsung C&T. Lee, neto do fundador da Samsung, Lee Byung-chul, também é acusado de ter orquestrado uma fraude contábil de US$ 3,9 bilhões na unidade biofarmacêutica do conglomerado em 2015, como parte do mesmo caso.
“Os réus corroeram os fundamentos dos mercados de capitais do país para facilitar a sucessão do líder”, disseram os promotores nesta sexta-feira.
“Eles abusaram da autoridade concedida pela companhia e por acionistas em benefício de interesses privados do líder do grupo e provocaram um desequilíbrio extremo de informações”, acrescentaram. A sessão de sexta-feira foi a última audiência antes do veredito, que deve sair nos próximos meses.
Lee negou qualquer irregularidade ao longo do julgamento de três anos e sustentou que a fusão e o processo contábil fizeram parte das atividades normais do grupo.
Coreia do Sul é condenada a pagar US$ 82,5 mi por fusão da Samsung
Em junho, o Ministério da Justiça da Coreia do Sul informou que o governo sul-coreano foi condenado a pagar mais de 82 milhões de dólares ao fundo de hedge Elliott. A condenação aconteceu em um processo de solução de disputa decorrente da fusão de duas afiliadas da Samsung em 2015.
Nesse sentido, o tribunal de arbitragem em Haia aceitou parcialmente a reivindicação de Elliot no valor de cerca de US$ 770 milhões, após o fundo ativista processar o governo da Coreia do Sul pelo papel do Serviço Nacional de Pensões (NPS), gerido pelo Estado, na aprovação da fusão de US$ 8 bilhões entre a Cheil Industries e a Samsung C&T.
Em suma, o fundo Elliott era acionista minoritário da Samsung C&T e se opôs ao negócio, levando em conta os termos da fusão injustamente desfavoráveis à companhia.
Sendo assim, o NPS, que aprovou a fusão, detinha uma participação maior na Samsung C&T e era visto como voto de qualidade. Em 2022, a Suprema Corte da Coreia do Sul confirmou uma sentença de prisão para Moon Hyung-pyo, ex-ministro da saúde e bem-estar, por pressionar o NPS a aprovar a fusão.
Desse modo, o tribunal de arbitragem ordenou que o governo sul-coreano pague ao Elliott cerca de US$ 53,6 milhões por danos. Ainda incluiu na condenação, os juros atrasados e US$ 28,9 milhões em honorários advocatícios, segundo o Ministério da Justiça do país, sem dar mais detalhes.