Estados Unidos

Senado dos EUA aprova US$ 9 bi em cortes propostos por Musk

O projeto deve agora retornar à Câmara dos Representantes para aprovação final, antes de sexta-feira (18)

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Bandeira dos EUA / Foto: Unsplash

O Senado dos EUA aprovou, na madrugada de quinta-feira (17), um corte de gastos de US$ 9 bilhões (cerca de R$ 50 bilhões), apoiado pelo presidente Donald Trump. A medida afeta programas de ajuda ao exterior e meios de comunicação públicos.

O projeto deve agora retornar à Câmara dos Representantes para aprovação final, antes de sexta-feira (18), uma vez que o Congresso já havia alocado os recursos. Caso o texto não seja aprovado, o governo deverá executar os gastos conforme o orçamento original.

O movimento é incomum e conhecido como “pacote de rescisão”, uma ferramenta raramente utilizada — não considerada há séculos.

A aprovação na Câmara foi vista como um teste para os cortes propostos pelo DOGE (Departamento de Eficiência Governamental), liderado pelo empresário Elon Musk. No entanto, o bilionário abandonou a missão e atualmente enfrenta uma relação conturbada com Trump.

As medidas enfrentaram resistência tanto entre republicanos quanto democratas, mas o Senado — de maioria republicana — aprovou o pacote com 51 votos a favor e 48 contrários, em uma sessão que se estendeu pela madrugada.

Rejeição de corte e aprovação do texto pelo Senado

O projeto enfrentou impasses, especialmente em relação a um corte de US$ 400 milhões (cerca de R$ 2,2 bilhões) previsto na versão aprovada pela Câmara, que afetaria programas de saúde, incluindo o PEPFAR — plano de combate à AIDS criado pelo ex-presidente George W. Bush. Especialistas estimam que o programa tenha salvado 26 milhões de vidas. Diante disso, o corte foi rejeitado, abrindo caminho para a aprovação do restante do texto.

O senador republicano Lindsey Graham, da Carolina do Sul, declarou à AFP que a legislação está alinhada às promessas de Trump de reduzir os gastos públicos:

Declarações de Lindsey Graham

“Sempre apoiei a ajuda externa (…) O ‘soft power’ é necessário”, disse ele, segundo a Exame. “Mas, quando se começa a gastar dinheiro em um monte de lixo e em programas progressistas desconectados do objetivo da ajuda, é difícil que uma pessoa como eu aceite”, concluiu.