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Shein compra marca britânica em busca de expandir portfólio global

Compra é mais uma medida que gigante chinesa toma para diversificar a oferta de seu marketplace

A Shein adquiriu a marca britânica online Missguided da Frasers Group, informou o “Bloomberg”, nesta segunda-feira (30). A compra é mais uma medida que a gigante da moda chinesa toma para acelerar os esforços e diversificar a oferta de seu marketplace.

A Shein e o fundador da Missguided, Nitin Passi, formaram uma joint venture para gerenciar a marca e acessar sua propriedade intelectual sob um acordo de licenciamento. A Shein também produzirá os produtos da Missguided por meio do seu modelo de produção sob demanda e os venderá nos sites de ambas as empresas, de acordo com um comunicado da Shein, que não divulgou o valor da transação.

A Frasers, do bilionário britânico de artigos esportivos Mike Ashley, adquiriu a Missguided por 20 milhões de libras (cerca de R$ 122 milhões) no ano passado, depois que a marca entrou em processo de insolvência no Reino Unido. A varejista enfrentou dificuldades à medida que os custos dispararam com a inflação crescente e as complicações na cadeia de suprimentos global.

O presidente executivo da Shein, Donald Tang, afirmou no comunicado que a empresa tem como objetivo “reativar a marca Missguided” e impulsionar seu crescimento global. A aquisição se soma às ofertas de terceiros que a Shein lançou no início deste ano na tentativa de diversificar o leque de produtos além de suas roupas e acessórios com marca própria.

Shein promete pagar ICMS para cliente em compras de até US$ 50

O CEO da Shein na América Latina, Marcelo Claure, anunciou em setembro que a companhia chinesa pagará o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para os consumidores que fizerem compras de até US$ 50.

O anúncio aconteceu dias depois de a Shein aderir ao Remessa Conforme, programa do governo federal que isenta de imposto de importação as compras de até US$ 50.

Com a adesão ao programa, as compras de até US$ 50 ficam isentas de Imposto de Importação, mas pagam 17% de ICMS. As compras acima desse valor pagam 60% de Imposto de Importação, além do ICMS.

“Fizemos um contrato moral com os consumidores de que não iríamos subir o preço no Remessa Conforme. Então, o anúncio é para garantir isso. É um investimento substancial e teremos o desafio de compensar esses 17% com a redução de custos adicionais de logística que tínhamos antes”, afirmou o CEO da Shein em entrevista ao jornal O Globo.

Ainda de acordo com a empresa chinesa, a compensação do ICMS já está disponível por meio do site e do aplicativo da Shein. A companhia recomenda, no entanto, que o app seja atualizado para que “a nova experiência de compra” seja disponibilizada.

A empresa asiática não informou quanto deve desembolsar para cobrir o pagamento do ICMS. Em 2022, a Shein vendeu cerca de R$ 8 bilhões no Brasil, segundo estimativas de analistas do BTG Pactual e do Itaú BBA.

Considerando uma alíquota de 17% sobre esse valor, o total de ICMS alcançaria R$ 1,3 bilhão.

Segundo a Shein, a medida só valerá para compras de até US$ 50. Naquelas que ultrapassarem esse valor, o consumidor terá de pagar tanto pelo Imposto de Importação quando pelo ICMS.