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Shutdown: paralisação nos EUA pode afetar o Brasil?

O problema pode ter impacto em áreas essenciais como saúde, educação, segurança pública e lazer, além de aeroportos e bancos

O governo do  presidente dos EUA, Joe Biden, corre contra o tempo para aprovar o novo orçamento do País. Como o ano fiscal da maior economia do mundo se inicia no dia 1º de outubro, o Congresso precisa aprovar a matéria até o próximo sábado (30). 

Caso contrário, os serviços federais poderão ser enquadrados no chamado “shutdown”, ou paralisação do funcionalismo a nível federal, até a resolução do imbróglio. O problema pode ter impacto em áreas essenciais como saúde, educação, segurança pública e lazer, além de aeroportos e bancos, por exemplo. 

Com um impasse de consequências tão graves no País mais rico do mundo, surge a dúvida se o problema pode ter reflexo em outros continentes e para o Brasil.

“Mexeria com a economia americana e com efeitos secundários daí decorrentes para outros países incluindo o Brasil”, responde Alvaro Bandeira, coordenador da comissão de economia da APIMEC Brasil ao BP Money. “Mas isso não seria um grande inibidor de negócios e não seria de longa duração”, acrescentou. 

O advogado e consultor em Direito Internacional, Luiz Philipe Ferreira de Oliveira, destaca que o “shutdown” pode trazer prejuízos para brasileiros que precisam de documentos emitidos pela embaixada e pelos consulados norte-americanos. 

“A paralisação pode gerar problemas como a emissão de vistos, visitas, acessos aos aeroportos e dificultar a entrada mais rápida de produtos exportados pelo Brasil, e a importação de produtos americanos pelo Brasil”, detalhou. 

Chance de acordo

Apesar do risco, são grandes as chances do “shutdown” não acontecer. O economista-chefe da Planner Corretora, Ricardo Martins, acredita que a solução seja apresentada até a data-limite, no sábado (30). 

“Os mercados parecem não dar tanta importância por conta de que no fundo a solução também se repetirá. Ou seja, na disputa entre Republicanos e Democratas a solução aparece, mas às custas de negociações incessantes e duras até o último minuto de 30 de setembro, na busca de vantagens e apoios aos projetos em tramitação no Congresso”, avaliou. 

“Geralmente na última hora se resolve, mas a situação é séria e a possibilidade de paralisação de serviços é muito abrangente. De certa forma o impacto global desta situação acaba chegando aos mercados por temores, volatilidade, estresse, aumento de custos e redução do PIB nos trimestres posteriores como o shutdown do ano fiscal de 2019 que reduziu o PIB dos EUA em US$ 11 bilhões, embora insignificante diante de um PIB 2022 de US$ 25,5 trilhões”, pontuou.

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