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Taiwan: eleições no país asiático chamam atenção do mundo

Taiwan vive uma situação bastante delicada no cenário geopolítico mundial

Neste sábado (13), o mundo estará de olho em Taiwan. Os eleitores do pequeno país asiático que tem pouco mais de 20 milhões de habitantes, irão às urnas escolher o próximo presidente. Mas, afinal, qual o motivo da escolha de um governante ser tão importante?

Em resumo, Taiwan vive uma situação bastante delicada no cenário geopolítico mundial. O país é o maior produtor de semicondutores do planeta, itens necessários para basicamente todos os eletrônicos produzidos no mundo, o que torna a nação um importante centro econômico e tecnológico.

Alinhado a isso, a ilha tem uma relação tensa com a China, que não reconhece a sua independência. O tom do vizinho gigante vem aumentando com o passar do tempo. Nos últimos anos, o governo de Xi Jinping intensificou as atividades militares no entorno de Taiwan e ameaças de invasão passaram a ser recorrentes.

Se isso não bastasse, o interesse dos EUA na região torna o contexto político local ainda mais complicado. O presidente e fundador da Anapri (Associação Nacional dos. Profissionais de. Relações Internacionais), Carlos Rifan, explica que os americanos atuam com uma política de “ambiguidade estratégica”, que se equilibra entre conciliar os interesses dos três países.

“É uma abordagem diplomática e de segurança cuidadosamente equilibrada que tem sido fundamental na relação entre os EUA, China e Taiwan. Essa política é projetada para evitar conflitos e manter a estabilidade na região do Estreito de Taiwan”, explicou Rifan ao BP Money.

O especialista esclarece que os Estados Unidos não reconhecem oficialmente Taiwan como um país independente, mas, ao mesmo tempo, mantêm relações não-oficiais, mas significativas com Taiwan, como, por exemplo, no fornecimento de armas para a ilha.

“A ambiguidade estratégica permite aos EUA dissuadir a China de usar a força contra Taiwan, enquanto simultaneamente evita encorajar Taiwan a declarar formalmente a independência. Declarar independência poderia provocar uma resposta militar da China, levando a uma crise regional que os EUA querem evitar”, afirmou Rifan.

Eleições complexas

O mestre em relações internacionais e cientista político, Uriã Fancelli, destaca que é necessário ter em mente que a relação entre a ilha e a China não é o único elemento levado em conta pelo eleitorado.

“Em uma pesquisa recente constatou-se que pouco mais de 10% da população é a favor de uma reunificação com a China. Logo, apesar dos três principais candidatos terem visões diferentes sobre como deveriam ser as relações do país com a China, nenhum deles defende uma unificação. Os desafios domésticos enfrentados pela população, como uma economia fraca e alto custo de vida nos grandes centros devem ter mais peso na escolha dos novos governantes”, indicou.

Os principais nomes na disputa são Lai Ching-Te, atual vice-presidente do país, do Partido Progressista Democrático (PPD) e Hou Yu-ih, do Partido Kuomintang (KMT). Enquanto o primeiro adota um tom de afronta contra a China, o segundo tem a simpatia de Pequim.

“Não podemos, contudo, ser alarmistas e dizer que o candidato A ou B vai mudar drasticamente as relações de Taiwan com o resto do mundo ou com a China. Por isso, eu diria que o que está em jogo é na verdade a continuidade do atual governo de Taiwan, ou tentar algo novo”, pondera Facelli.

Além da eleição presidencial, todos os 113 membros do Yuan Legislativo de Taiwan estão sendo eleitos. O DPP manteve uma maioria estreita na legislatura nos últimos anos, mas há possibilidade de mudança dependendo dos resultados das eleições.

Taiwan segue um sistema de votação majoritária simples para candidatos a presidente e vice-presidente, eleitos no mesmo bilhete.

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