Estados Unidos

Tarifas dos EUA podem reduzir PIB da UE e aproximar bloco da recessão

Em relatório, especialistas afirmaram que este não é o cenário-base da instituição, que ainda espera algum tipo de acordo entre EUA e UE

União Europeia e EUA / Foto: CanvaPro
União Europeia e EUA / Foto: CanvaPro

Caso a tarifa de 30% sobre produtos importados da União Europeia (UE), anunciada pelos EUA, seja de fato imposta, o impacto negativo pode girar em torno de 0,4 ponto percentual sobre o PIB (Produto Interno Bruto) do bloco, o que poderia levar a economia europeia de volta à beira da recessão. A avaliação é de Carsten Brzeski e Inga Fechner, head global de macro e economista sênior do ING, respectivamente.

Em relatório divulgado neste domingo (13), Brzeski e Fechner afirmaram que este não é o cenário-base da instituição, que ainda espera algum tipo de acordo entre EUA e UE antes de 1º de agosto. Segundo o Investing, a expectativa é que as negociações resultem em uma tarifa universal de 10% para o bloco, com alíquotas setoriais variando entre 20% e 25%. Com isso, a tarifa efetiva ficaria próxima de 20%. “Isso é uma afirmação convicta? Não”, ponderam os analistas.

Segundo o ING, acordos comerciais normalmente são compostos por “centenas de páginas”, e o diálogo em torno deles não dura semanas, mas sim meses e até anos. “Portanto, qualquer ‘grande e belo acordo’ a ser alcançado nas próximas semanas não virá com garantia de que durará”, destacaram Carsten Brzeski e Fechner.

No cenário atual, nenhuma solução pode ser dada como certa, segundo o ING. Para a instituição, os próximos desdobramentos dependem totalmente dos “caprichos” da administração do governo Trump.

Exportações da China disparam antes de novas tarifas

A China registrou um superávit comercial recorde de aproximadamente US$ 586 bilhões no primeiro semestre de 2025, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (14) pela Administração Geral das Alfândegas.

As exportações cresceram 5,8% em junho na comparação anual, alcançando US$ 325 bilhões e superando as expectativas de alta de 5,0%.

Apesar do dado positivo, o cenário é de cautela. As vendas para os EUA despencaram 16,1% em junho em relação ao ano anterior, após um recuo ainda maior em maio, de mais de 34%.