A vitória de Javier Milei nas eleições presidenciais da Argentina, ligou o sinal de alerta na União Europeia em relação às tratativas sobre o acordo entre Mercosul e o bloco europeu.
Nesta segunda-feira (20), um dia após o resultado das urnas, a Comissão Europeia insistiu que as negociações têm sido “extremamente construtivas” e que o plano é de que o processo seja encerrado até o dia 7 de dezembro. As informações são do Uol.
As próximas reuniões entre o Mercosul e a UE estão marcadas para ocorrer em Brasília na próxima sexta-feira (24) e sábado (25), na sede do Instituto Rio Branco.
O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, declarou que poderia retirar seu país do Mercosul, num gesto que abalaria todos os planos de um pacto comercial entre os dois blocos. Ele, porém, assume o governo no dia 10 de dezembro, depois do prazo que Mercosul e UE estabeleceram para que um entendimento fosse costurado.
Dentro do governo brasileiro, o objetivo é o de usar a cúpula do Mercosul no dia 7 de dezembro no Rio de Janeiro para fazer o anúncio de um acordo, o que significaria o estabelecimento do maior e entendimento de livre comércio do mundo.
Para a UE, a meta continua sendo a de entregar um acordo finalizado dentro do prazo estabelecido pela presidente da Comissão Europeia, Ursula Van der Leyen. Em outubro, várias reuniões ocorreram entre os dois blocos e, na última semana, mais uma rodada de negociações foi realizada.
“As negociações estão sendo extremamente construtivas e focadas”, afirmou um porta-voz da UE. “Continuamos trabalhando para uma fechar antes do final do ano”, disse.
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Mas existem dúvidas sobre como irão reagir a partir de agora os negociadores argentinos, principalmente com uma equipe de transição sendo estabelecida.
Javier Milei é o novo presidente da Argentina
O economista ultraliberal Javier Milei é o novo presidente da Argentina. O candidato do partido La Libertad Avanza venceu o atual ministro da economia, Sergio Massa, do partido Unión por la Patria, no segundo turno da eleição disputada neste domingo (19).
O resultado foi informado por volta de 20h20 pela Direção Nacional Electoral da Argentina. Por volta das 20h30, o novo presidente da Argentina registrava 55,89% dos votos, contra 44,10% de Sergio Massa.
Antes mesmo da oficialização do resultado, Massa reconheceu a derrota. Em comício com correligionários e apoiadores, o governista disse que conversou com o adversário e desejou sorte na administração do País.
No primeiro turno, contrariando as projeções, Massa venceu Milei por 36,69% contra 29,99%. As últimas pesquisas apontaram um empate técnico, com leve vantagem para o radical de direita.
Com o País atravessando uma grave crise, a economia pautou o debate entre os candidatos. O plano de governo de Massa previa a manutenção de um Estado forte, alcançar o equilíbrio fiscal e cumprir metas acordadas pelo FMI (Fundo Monetário Internacional).
Com uma proposta radicalmente liberal, a aposta de Milei foi calcada em uma política econômica com o mínimo de interferência do Estado. Ele já declarou que vai extinguir o BRCA (Banco Central Argentino) e pretende adotar medidas para dolarizar a moeda. Além disso, teceu críticas ao Mercosul e ao BRICS, bloco de economias emergentes composto por Brasil, Rússia, índia e China que deve incluir novos países.
