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Xangai volta a apertar o cerco contra covid-19 com aumento de mortes

Cidade mais populosa da China está reforçando as medidas restritivas diante de novas mortes e alta de infecções

Xangai registrou 39 mortes por covid-19 neste domingo (24), de acordo com dados da Comissão Nacional de Saúde da China. Esse é o número mais alto desde o início de seu confinamento semanas atrás. A metrópole está em bloqueio quase total desde o início de abril, uma medida que atingiu as cadeias de suprimentos em todo o país. 

Na quinta-feira (21), Xangai registrou 17.629 novas infecções, incluindo casos assintomáticos. Apesar do ritmo de aumento ter desacelerado, autoridades chinesas consideram que ainda permanece alto.

Com isso, a cidade adotou medidas mais restritivas, como a proibição da saída dos moradores de algumas partes da região oeste, na qual o número de pessoas recém-infectadas vem aumentando.

Xangai voltou a adotar o toque de recolher, revertendo parcialmente o plano de flexibilização em áreas nas quais a taxa de infecção é baixa. Além disso, o sistema de testes de “PCR” também será fortalecido em áreas que enfrentam infecções graves.

Sob a política anterior anunciada em 11 de abril, a cidade havia explicado que pretendia monitorar de perto o status de infecção de cada área da cidade, incluindo conjuntos habitacionais, e que os cidadãos que morassem em áreas sem novos casos de infecção por 14 dias seriam liberados para sair. O plano, entretanto, foi parcialmente suspenso devido à falta de progresso no controle de infecções.

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Enquanto isso, Pequim relatou 22 novas infecções. Pang Xinghuo, autoridade sanitária da capital, disse que observações preliminares sugerem que a covid-19 “se espalhou de forma invisível” por uma semana, afetando “escolas, grupos de turismo e muitas famílias”.

“O risco de transmissão contínua e oculta é alto e a situação é difícil”, disse Tian Wei, funcionário da prefeitura de Pequim, a repórteres. “A cidade inteira deve agir imediatamente”, acrescentou.

Alta de casos em Xangai vem ameaçando economia global

O compromisso da China isolando grandes cidades como Xangai pode gerar graves consequências a economia global, pressionando as cadeias de suprimentos globais e aumentando a inflação de combustível. 

Pequenas empresas já foram atingidas, com lojas e restaurantes por serem fechadas. Além disso, os atrasos nos portos estão piorando e as taxas de frete aéreo estão subindo, pressionando ainda mais o comércio global.

A alta de casos em Xangai ocorre em um momento em que a economia do país já está com dificuldades. Além disso, a onda de Covid-19 pode causar “pressões inflacionárias extras” sobre bens importados da China.

“Os casos crescentes em Xangai convenceram os principais líderes de que não há meio-termo entre Covid-zero e viver com Covid. De agora em diante, o bloqueio rápido pode ser a estratégia predominante”, afirmou Larry Hu, economista-chefe da Grande China no Macquarie, em um documento de pesquisa.

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