A diretoria perfeita de uma empresa?

Famosos golpistas que ganharam bilhões em grandes empresas

Como seria uma diretoria criminosa perfeita? De fato, é uma pergunta estranha, mas começa a fazer sentido quando nomes de alguns famosos golpistas são mencionados, como a ex-CEO Elizabeth Holmes. Ela se apresentava como a “nova Steve Jobs” e chegou a arrecadar milhões de dólares para a sua inovadora startup, que de fato seria promissora se tivesse saído do papel. A CEO foi condenada por fraude eletrônica.

Para compor o colegiado não poderia faltar Simon Leviev como CFO (Diretor Financeiro, na tradução para o português), com sua vasta experiência, após captar cerca de US$ 10 milhões (cerca de R$ 51,7 milhões, na cotação atual), através de golpes aplicados a mulheres em apps de relacionamentos. Ele usava o capital que conseguia com uma vítima para custar sua vida luxuosa e aplicar o golpe em outras, que em breve também seriam extorquidas.

Para finalizar, a head de comunicação não seria ninguém mais de Heather Morgan, a youtuber, palestrante e empoderadora de mulheres, por meio de seus textos sobre liderança feminina, que está sendo acusa, segunda receita Federal dos EUA, de lavar cerca de US$ 3,6 bilhões (R$ 18,6 bilhões) em bitcoin roubados da Butfinex. Além disso, não se deve esquecer de Billy McFarland para ser o vice-presidente de logística.

McFarland, um dos criadores do Fyre Festival, foi condenado a 6 anos de reclusão em uma prisão estadunidense por fraude. O evento, que vendia ingressos de até US$ 38 mil (R$ 196,46 mil) e prometia acomodações luxuosas e atrações como Migos e Blink 182, foi adiado no último minuto e os participantes ficaram desamparados em uma ilha remota nas Bahamas.
 
Confira a breve biografia do colegiado:

Elizabeth Holmes
Elizabeth Holmes, ex-CEO e fundadora da Theranos, se apresentou por mais de uma década como a “nova Steve Jobs”. Da forma de se vestir, aos trejeitos.

Holmes vendia a ideia de uma startup que prometia entregar mais de 200 resultados de testes realizados com uma quantia ínfima de sangue, o que seria revolucionário se a ideia saísse do papel.

A empresa levantou mais de US$ 700 milhões (aproximadamente R$ 3,9 bilhões), numa estratégia que levou a companhia atingir US$ 9 bilhões (cerca de R$ 46,53 bilhões) em valor de mercado, sendo Holmes proprietária da metade.

A ex-CEO tornou- se uma estrela do Vale do Silício, participando de eventos como os da Fundação Clinton, e estampando capas de revista. Ela angariou milhões de grandes nomes como Rupert Murdoch, o bilionário fundador da FOX, e outros mais ligados ao meio Tech, como Larry Ellison, da Oracle.

Após denúncias de fraude eletrônica e conspiração para fraude, a disputa no julgamento de Holmes (ocorreu em 2022) durou quase 7 anos. Ela foi condenada em 4 de 11 acusações, tendo um destino mais trágico que o outro fundador, também envolvido em fraude corporativa.
 
Simon Leviev
Simon Yehuda Hay, conhecido como Simon Leviev, foi o homem que deu origem ao documentário da Netflix “O Golpista do Tinder”, baseado na reportagem do jornal norueguês VG, que conta a história de três mulheres que alegam ter sido traídas por ele e passando enormes quantias de dinheiro para Leviev.

Simon tinha uma estratégia, ele conhecia as mulheres pelo app de encontro Tinder, as encontrava em lugares luxuosos — tudo custeado por ele – e iniciava um relacionamento. Ele se apresentava como filho do ex-bilionário israelense do mercado de diamantes Lev Leviev.

Após um tempo, Simon dizia que estava sendo perseguido por causa do negócio de sua família e que suas contas bancárias não poderiam ser movimentadas para que a sua localização não fosse rastreada, e então começava a pedir quantias consideravelmente altas as suas supostas companheiras, como foi antecipado pelo VG.

Segundo o documentário da Netflix, uma das vítimas chegou a depositar valores que juntos somam cerca de US$ 200 mil (R$ 1,03 milhão). De acordo com a Forbes, ele teria ganhado cerca de US$ 10 milhões (R$ 51,7 milhões) com suas vítimas. O dinheiro que ele pedia para as vítimas custeava a sua vida luxuosa e o golpe aplicado em outras mulheres.

Após a publicação da reportagem do VG, Simon foi encontrado pela polícia com o auxílio de uma de suas “ex-namoradas”. Ele foi preso e cumpriu cinco meses de uma sentença de um ano e três meses em Israel, por outras acusações de fraude. Não houveram acusações diretamente ligadas a todas as suas vítimas que foram aceitas, pois elas não foram forçadas a entregar o dinheiro.  
 
Heather Morgan
Heather Morgan e seu marido, Ilya “Dutch” Lichtenstein, se apresentavam como empreendedores de sucesso da área de tecnologia e palestrantes. O casal chegou a investir em startups ao lado de grandes nomes como Marc Benioff (co-CEO e cofundador da Salesforce) e a lançar a sua própria empresa, com o apoio de Mark Cuban (considerado um “tubarão”).

Morgan se auto intitulava como uma grande pensadora, com posts online sobre liderança feminina, além possuir um alter ego rapper no YouTube chamada Razzle Khan, que falava sobre dinheiro e sucesso.

Mas a imagem do casal de sucesso foi quebrada. Segundo uma investigação da Receita Federal dos Estados Unidos, o casal foi preso na terça-feira (8) em Nova York acusado de lavar US$ 3,6 bilhões em bitcoin roubados da Butfinex por hackers há seis anos. Caso sejam condenados, cada um poderá cumprir pena de até 25 anos de prisão.

Há aproximadamente 10 anos, o casal trabalhou muito para se estabelecer nos círculos de tecnologia do Vale do Silício e de Nova York. Lichtenstein passou por uma série de empreendimentos sem sucesso, incluindo administrar um site de fãs de Ron Paul e o desenvolvimento de um negócio de suplementos para estimular o cérebro. Após essas tentativas, o aspirante a empresários co-fundou a MixRank, agora uma companhia de marketing digital. Ele deixou a MixRank em 2016 sem uma justificativa aparente.
 
Billy McFarland
O promotor de eventos Billy McFarland, um dos criadores do Fyre Festiva, foi condenado a seis anos de reclusão em uma prisão estadunidense no dia 11 de outubro de 2018, por ser acusado de fraude.

As acusações são devido ao fiasco do Fyre Festival, um evento que detinha ingressos de até US$ 38 mil e prometia ser a experiência cultural da década. O festival ocorreria nas Bahamas e teria como atração artistas como Major Lazer, Blink 182 e Migos. Além disso, prometia acomodações luxuosas.

Contudo, os organizadores desistiram do evento no último minuto por conta da desorganização e a falta de instalação para os participantes. A maior parte das atrações desistiram do festival com antecedência por falta de pagamento.

Uma ação judicial foi protocolada em Los Angeles e acusou o Fyre Festival de ser “um golpe para enriquecer rápido”, como foi antecipado pelo G1. A falta de água, comida, atendimento médico e abrigo deixaram os participantes à mercê “em uma situação perigosa” na ilha remota.

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