Ação da C&A cresce 7,7% após fim da parceria com Bradesco

Fim da joint venture resolve problema de longa data entre as empresas

A C&A (CEAB3) teve alta de e 7,7% nas ações, cotadas a R$ 7,83, após a notícia de encerramento joint venture de serviços financeiros com o Bradesco (BBDC4). 

Por meio de fato relevante, a C&A explicou que “vai investir” R$ 415 milhões para recomprar o direito, que antes era exclusivo do Bradesco. Com isso, a C&A lançará em dezembro sua solução de pagamento própria, o C&A Pay. 

Segundo o BBI, a administração da companhia já havia comentado no seu release de resultados do segundo trimestre de 2021 que estava confiante de que esse “problema” seria resolvido até o final do ano. No entanto, a C&A deixou claro durante sua abertura IPO que precisava renegociar ou sair da parceria, citando o baixo nível de vendas usando seu produto de crédito em comparação com seus concorrentes. “Isso estava efetivamente deprimindo as vendas da C&A”, aponta o BBI.  

“Devemos, portanto, esperar ver soluções de crédito próprias com maior penetração nas vendas da C&A, com a gestão visando níveis semelhantes aos pares dentro de 3-5 anos”, avaliam os analistas. 

Para os analistas, a prioridade é acelerar o crescimento no negócio de varejo, em vez de gerar lucro considerável com a operação de serviços financeiros. Eles apontam que um ativo que a C&A usará para acelerar o crescimento é o programa de fidelidade C&A e VC, que atualmente conta com 18 milhões de clientes cadastrados, onde aproximadamente metade desses usuários terá limites de crédito pré-aprovados. 

Os cálculos iniciais dos analistas sugerem que um aumento de receita de 10-20% até 2024 e um pequeno lucro de serviços financeiros a partir do Ano 3 seriam suficientes para cobrir o preço pago ao Bradesco. Eles também avaliam que os riscos são comuns a todas as operações de crédito. No geral, o BBI vê as notícias como positivas para a C&A, mas não altera a recomendação neutra ou preço-alvo de R$ 10, ou potencial de alta de 38% em relação ao fechamento da véspera. 

A XP também viu a notícia como positiva, mas manteve a recomendação neutra para o papel, com preço-alvo de R$ 8,50 por ação, ou potencial de alta de 17% frente ao último fechamento. 

Outra instituição que avaliou a notícia como positiva, mas que não mudou as suas projeções para a ação foi o Morgan Stanley, que destacou que o acordo abrirá uma alavanca de crescimento, enxergando na operação uma oportunidade para a C&A impulsionar as vendas e a fidelizar com uma oferta de serviços financeiros.

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