Com Trump

Accenture encerra metas de diversidade e inclusão

Companhias como Meta, Google, McDonald's e Target também recuaram em seus compromissos nesse sentido

Accenture
Foto: Accenture / Divulgação

A consultoria com 799 mil funcionários Accenture anunciou, nesta quinta-feira (6), o encerramento de suas metas globais de diversidade e inclusão, seguindo o caminho de outras grandes empresas após a eleição do presidente Donald Trump nos EUA. As informações são da “Exame”.

Companhias como Meta, Google, McDonald’s e Target também recuaram em seus compromissos nesse sentido.

A decisão da Accenture foi anunciada por meio de um memorando interno assinado pela CEO global da consultoria, Julie Sweet, ao qual a “Exame” teve acesso. De acordo com o documento, as mudanças ocorreram após uma “avaliação contínua das políticas e práticas internas e do panorama em evolução nos Estados Unidos”.

No entanto, a empresa afirma que vai manter “elementos considerados estratégicos para o negócio”.

O novo direcionamento inclui o fim das metas globais de representatividade determinadas em 2017; o encerramento de programas de desenvolvimento de carreira para grupos específicos; e a suspensão temporária da participação da empresa em pesquisas externas de benchmarking de diversidade.

IA ameaça confiança em empresas, diz Accenture: o que fazer evitar esse risco?

“Espera, isso é real?”. O relatório de tendências Accenture life trends 2025 prevê um crescimento da desconfiança do público em relação a empresas que utilizam inteligência artificial (IA).

No Brasil, esse já é um fator considerado por algumas empresas. A adoção da tecnologia de forma pouco planejada pode gerar erros e ameaçar a reputação dos negócios.

“Embora o relatório da Accenture não aborde diretamente o Brasil, a preocupação global sinaliza a necessidade de empresas brasileiras, especialmente aquelas voltadas ao consumidor, repensarem o uso da IA“, avalia o CEO da empresa de tecnologia 87Labs, Thiago da Cruz.

Uma pesquisa do CGI.br mostrou que 41% das grandes empresas 24% das médias empresas do país já usam IA, mas muitas ainda precisam de diretrizes claras.

Além disso, um estudo da Bain & Company indicou que 88% das empresas brasileiras planejam aumentar investimentos em IA generativa em 2024. A tecnologia é capaz de criar imagens, textos, vídeos e áudios de forma automática e está no centro das preocupações do relatório da Accenture.

O conteúdo gerado por esse tipo de IA está cada vez mais presente nas redes sociais e em plataformas de e-commerce. E isto pode pesar na escolha dos consumidores por uma marca.

O número de participantes da pesquisa da Accenture que responderam que a confiança é um fator importante quando vão se relacionar com uma marca foi de 62%, ante 56% no ano passado.

“As empresas precisam entender que a confiança será a moeda mais valiosa nesse novo cenário. Não basta ter a melhor tecnologia – é preciso usá-la de forma ética e transparente”, explica Alan Nicolas, fundador da comunidade Lendár[IA], ecossistema educacional de soluções em IA.

A situação se agrava quando se leva em conta que modelos de IA frequentemente produzem resultados incorretos ou imprecisos, já que eles sempre acreditam em suas próprias afirmações.

Isto também acontece com imagens, quando conteúdos gerados por computador usados em anúncios representam as qualidades e detalhes de um produto de forma equivocada, por exemplo. Há casos, ainda, de vídeos falsos de celebridades promovendo determinados produtos, feitos a partir da tecnologia deep-fake.

Outra atividade cada vez mais comum é a divulgação de anúncios falsos feitos com IA por golpistas. Com a coleta de dados da presença online do usuário, esses anúncios podem ser extremamente personalizados e chamar muita atenção de possíveis vítimas. Além disso, IA também pode ser usada para produzir comentários sobre produtos.

“Imagine só: uma empresa que utiliza IA para gerar avaliações positivas falsas para seus produtos. No começo, pode até parecer uma boa estratégia para atrair clientes. Mas, cara, a casa cai!“, comenta Nicolas.