A implementação de tecnologia na indústria 4.0 leva a um ganho de produtividade média de até 38%, de acordo com dados compilados pela primeira edição do Ranking Nacional da Indústria 4.0, realizada pelo instituto Atlas Intel em parceria com a startup Tractian e a Revista Manutenção. Segundo o estudo, o ganho é maior para empresas das indústrias de Bens de Consumo (58%), Aeronáutica (54%) e Petróleo e Gás (48%), respectivamente.
“Em um momento em que se discute produtividade e reindustrialização no Brasil, a pesquisa mostra que as companhias que investem em tecnologia têm um ganho exponencial em relação a quem não opta por buscar essas soluções. É por isso que o estudo é tão importante por aqui dado que é dessa forma que conseguiremos mostrar que há caminhos a serem seguidos. É, ainda, um incentivo para que outras indústrias também participem da próxima edição”, disse Andrei Roman, CEO da Atlas Intel.
Além da alta na produtividade, a pesquisa mostrou que cerca de 80% dos entrevistados das cercas de 200 multinacionais brasileiras relataram que a implementação de tecnologias 4.0, como de tecnologias de automação, sensores IoT, inteligência artificial e métodos de big data em manutenção, por exemplo, teve impactos positivos na diminuição de custos de indisponibilidade e na qualidade dos produtos e serviços.
Segundo a pesquisa, a percepção das empresas acerca dessas tecnologias é muito positiva, e seu impacto geral é tido como favorável, dado que para cerca de 94% dos entrevistados, existe a intenção de continuar investindo em tecnologia na indústria. Não à toa, o gasto por hora parada de qualquer máquina é de, pelo menos, R$ 100 mil para um terço dos entrevistados.
“A tecnologia na indústria é essencial para que o Brasil consiga, finalmente, ganhar competitividade no cenário mundial. Precisamos conhecer profundamente as necessidades do setor e investir pesado na construção de uma indústria mais tecnológica, que utilize meios como a Inteligência Artificial e a IoT para conseguir reduzir custos e aumentar a produtividade no setor. Ainda temos um longo caminho, mas a pesquisa mostrou que aqueles que investiram lá atrás já colhem os frutos”, afirma Igor Marinelli, Co-CEO da Tractian.
Apesar da necessidade latente, o uso da tecnologia na indústria é relativamente recente no País. Dados do estudo mostram que cerca de 73% das empresas começaram a adotar tecnologias da indústria 4.0 nos últimos cinco anos. Apenas os setores de alimentos, agricultura e plástico estão entre os que adotaram tecnologias de indústria 4.0 há mais tempo, antes de 2015.
Além disso, o estudo da Atlas Intel mostra ainda que os maiores desafios na implementação de tecnologias 4.0 são a falta de conhecimento técnico (para 28,4% dos respondentes) e a falta de recursos financeiros (para 24,2%), respectivamente.
“A indústria precisa entender que alocar recursos em tecnologia faz com que a empresa economize demais lá na frente. O retorno sobre o investimento daquelas que utilizam soluções de IA e IoT para prever quebras do maquinário, por exemplo, retorna em três meses, por exemplo”, afirma Marinelli. “Vemos um caminho grande pela frente e temos certeza que a indústria irá, a cada dia, investir mais em tecnologia por aqui”, completa.
A pesquisa da Atlas Intel mostrou ainda que as indústrias que implementaram tecnologias 4.0 em manutenção de maquinário viram o ganho de disponibilidade subir de 67% para 78%.
“Essas tecnologias aumentam a disponibilidade dos maquinários, que reflete em aumento de receita direta para o bolso das indústrias. Nem todo mundo sabe que grande parte da improdutividade é relacionada à manutenção dos equipamentos. São onze pontos percentuais de tempo a mais do ano produzindo”, diz Marinelli.
A partir do estudo, será lançado ainda o Ranking Nacional da Indústria 4.0, com o intuito de apresentar as indústrias que mais investem em tecnologia. A pesquisa, editada em parceria entre Atlas Intel, Tractian e Revista Manutenção, foi realizada com representantes de cerca de 200 indústrias do Brasil, entre agosto e setembro deste ano. A margem de erro é de 5 pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança na margem é de 95%.