Alliar (AALR3): Juíza obriga acionista a apagar posts sobre Tanure

A juíza Tania da Silva Amorim Fiuza ainda proíbe acionista de ter qualquer contato com Tanure

Gestor do Fundo Esh Theta, um dos acionistas da Alliar (AALR3), Vladimir Timerman perdeu a guerra judicial com o empresário Nelson Tanure. A Justiça de São Paulo determinou que o mesmo deixe de fazer publicações nas redes sociais envolvendo o empresário e apague todos os comentários que mencionam Tanure ou a Alliar.

No mandado de intimação, a juíza Tania da Silva Amorim Fiuza, do Foro Criminal da Barra Funda, ainda proíbe Timerman de ter qualquer contato com Tanure. O empresário passou a ser controlador da rede de medicina diagnóstica. 

Caso descumpra a ordem judicial, Timerman pode ter sua prisão preventiva decretada. A decisão veio a pedido dos advogados de Tanure, que acusam o gestor do Fundo Esh Theta de perseguição, crime previsto no artigo 147-A do Código Penal. A pena é de seis meses a dois anos de reclusão mais multa.

“Eu ando dentro da lei. Faço o que a lei manda. Se meus advogados entenderem que essa medida não cabe vamos recorrer”, afirmou Timerman, segundo o Valor Econômico. 

Em nota, o gestor classificou o processo como “mais um elemento de uma estratégia de intimidação e retaliação que tem sido promovida” contra ele e o Esh Theta.

Ele tem utilizado o Twitter para contestar a compra da Alliar por Tanure, no qual alega que a operação é lesiva aos minoritários. Além disso, ainda acusa o empresário da prática de insider trading. Há, em andamento, uma investigação da CVM (Comissão de Valores Mobiliários). 

Tanure assume controle da Alliar em abril 

Após oito meses de negociações, Tanure adquiriu 63,28% da Alliar, assumindo o controle da companhia em abril deste ano. No total, são cem unidades distribuídas pelo país e entre seus laboratórios a rede CDB, de São Paulo.

Os advogados de Tanure afirmam que o empresário tem sido vítima de perseguição. Eles salientam que as postagens do gestor extrapolam o direito à livre manifestação do pensamento e não estão em linha com o exercício regular de direito de acionista minoritário.

Em uma publicação do fim de junho, por exemplo, Timerman manda um “recado” a Tanure: “Ainda não terminei de denunciar tudo que descobri na CVM. Já tá tudo documentado, só falta fazer as petições. Pode me processar, me intimidar, pode até me matar, que isso vai até o final”.

Outros processos estão em andamento. Tanure processa Timerman por calúnia e difamação. Por meio de arbitragem, pede o ressarcimento de R$ 130 milhões por perdas alegadamente provocadas pelo fundo na Alliar.