A Amazon (AMZO34) anunciou que irá pagar as despesas de viagens a funcionárias que desejam abortar, mas são impedidas pelas leis do estado em que vivem. A empresa irá pagar até US$ 4.000 para ajudar nos custeios de “tratamentos médicos sem risco de vida, incluindo abortos”.
Nos EUA, alguns estados possuem regras que impedem que médicos encerrem a gravidez. Uma saída é buscar o procedimento em algum estado vizinho onde a prática seja liberada. A decisão da Amazon, segunda maior empregadora dos EUA, segue uma tendência de empresas que decidiram confrontar tais leis estaduais.
Apple, Citigroup, Match Group (proprietária do Tinder) e Yelp são algumas das empresas que decidiram apoiar o aborto e ajudar suas funcionárias a contornar as leis que restringem o acesso ao procedimento médico.
O benefício da Amazon se aplica a procedimentos que não estiverem disponíveis em um raio de 161 km da casa da funcionária e o atendimento virtual não for possível. A medida se estende à funcionárias dos EUA ou a dependentes cobertas pelos planos de saúde Premera ou Aetna. Tanto mulheres que trabalham em escritórios corporativos quanto as que exercem funções em depósito serão contempladas pelo benefício.
Leis do aborto nos EUA e o envolvimento de empresas como a Amazon
Em setembro do ano passado, o Texas, onde antes era legalizado o aborto de modo seguro em clínicas, aprovou uma multa para médicos que realizarem o procedimento após seis semanas de gestação. A regra também diz que qualquer pessoa que tenha ajudado de alguma forma no procedimento pode ser processada. A lei texana não determina que o Estado tome medidas para investigar abortos, mas incentiva os cidadãos a fazerem isso. Se ficar provado que houve aborto, o denunciante pode receber um bônus de US$ 10 mil.
A Yelp anunciou que as despesas de funcionárias que precisem se deslocar para outro estado para abortar serão reembolsadas pelo plano de saúde corporativo, como um tratamento de saúde qualquer. Os gestores da empresa não serão informados sobre a utilização do benefício. O Citigroup adotou medida similar, que inclui também gastos com passagens aéreas.
Em setembro, o CEO da Apple, Tim Cook, disse que o plano de saúde da empresa cobriria as despesas de funcionárias que precisassem viajar a outros estados para abortar. O CEO também afirmou que a companhia estava analisando métodos para ajudar na batalha jurídica contra a nova lei no Texas.
A Uber e a Lyft anunciaram que cobririam gastos legais de motoristas que sejam processados por ajudar mulheres a abortar no estado. Todas estas empresas, bem como a Amazon, possuem a preocupação de que funcionárias decidam morar em outros estados, ou deixem até mesmo de disputar vagas em locais que restringem o aborto.