Americanas (AMER3): CPI ouve auditores independentes e ex-diretores

A Americanas pediu recuperação judicial em 19 de janeiro após anunciar um rombo contábil de R$ 20 bilhões

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados que apura possível fraude contábil na Americanas (AMER3) ouve nesta terça-feira (1) a sócia de auditoria da KPMG no Brasil, Carla Bellangero, e a líder de auditoria da PricewaterhouseCoopers Auditores Independentes Ltda, Fábio Cajazeira Mendes. Também serão ouvidos o ex-diretor Executivo da Americanas S. A. Miguel Gutierrez e o ex-diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Americanas S. A. Fábio da Silva Abrate. As informações são da Agência Câmara.

A companhia pediu recuperação judicial no dia 19 de janeiro após anunciar um rombo contábil de R$ 20 bilhões. As oitivas foram requeridas pelos deputados Domingos Neto (PSD-CE) e Carlos Chiodini (MDB-SC).

Para Domingos Neto, que pediu para ouvir os auditores independentes, não se pode ignorar o papel das empresas de auditoria independente que, ao longo dos anos, atestaram a correção dos balanços da empresa, mesmo com registros equivocados e que levaram às perdas.

“É importante a presença de representantes das empresas de auditoria KPMG e PwC para esclarecer o posicionamento da auditoria independente com relação às demonstrações contábeis da Americanas e sua responsabilidade para que elas fossem aprovadas sem que refletissem adequadamente a situação da empresa”, afirma.

Para Carlos Chiodini, é importante também que sejam ouvidos diretores e ex-diretores da Americanas para o esclarecimento dos fatos ocorridos e para o bom andamento dos trabalhos da CPI.

A reunião será realizada às 15h, no plenário 7.

Americanas (AMER3) antecipou resgate de dívida no dia do escândalo

A Americanas (AMER3) elaborou um plano para antecipar o pagamento de mais de R$ 1 bilhão em títulos de dívida nas semanas anteriores à eclosão do escândalo contábil bilionário que abalou a empresa, em janeiro deste ano.

De acordo com a reportagem do jornal Folha de S. Paulo, uma parte desses valores, que só venceria em 2026, foi antecipada para 11 de janeiro – o mesmo dia em que a Americanas admitiu o que chamava de “inconsistências” contábeis nos balanços da empresa.

A emissão de debêntures LAMEA3, no valor de R$ 1 bilhão, foi feita em janeiro de 2019, com prazo de vencimento para janeiro de 2026. A escritura desses títulos apresentava uma cláusula que permitia o resgate antecipado, para que pagamento fosse efetuado a partir do dia 11 de janeiro de 2023.

Debêntures são títulos de dívida emitidos pelas empresas para a captação de recursos. Debenturistas são os detentores desses títulos.

No dia 23 de dezembro do ano passado, o então CEO da Americanas, Miguel Gutierrez, divulgou um comunicado ao mercado no qual informava que a companhia faria o adiantamento na data estipulada pelo contrato.

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