Americanas (AMER3) diz que segue negociando com credores

Companhia divulgou a última proposta enviada que conta com aumento no capital para R$ 12 bilhões

A Americanas (AMER3) informou nesta segunda-feira (3) que segue em negociação com os credores financeiros, após a recusa na semana passada. Além disso, a empresa confirmou que fez uma nova proposta que envolve um aumento de capital de R$ 10 bilhões para R$ 12 bilhões, considerando o financiamento DIP já aportado, além de dois potenciais aumentos de capital adicionais de R$ 1 bilhão cada.

As duas adições na proposta poderão ser acionadas caso a Americanas esteja acima de determinados limites máximos de alavancagem ou abaixo de um nível mínimo de liquidez, em futuras datas acordadas. 

Em documento enviado ao CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a empresa afirmou que “A companhia espera continuar mantendo discussões construtivas com seus credores em busca de uma solução sustentada que permita a continuidade de suas atividades”.

Americanas (AMER3) enfrenta batalha prolongada contra credores

A Americanas (AMER3), que pediu recuperação judicial em janeiro, enfrenta resistência de seus principais credores a um plano de reestruturação que pode levar a descontos de até 80% no valor das dívidas da varejista, disseram três fontes com conhecimento do assunto à Reuters.

O plano de recuperação, submetido na semana passada na Justiça do Rio de Janeiro, prevê uma injeção de R$ 10 bilhões na companhia por parte de seus acionistas “de referência”, o trio de bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira. Os três são os fundadores da 3G Capital, que é uma das principais acionistas dos gigantes do consumo Kraft Heinz e Anheuser Busch Inbev.

O valor oferecido no plano de reorganização fica aquém do que alguns detentores de dívida esperavam, de acordo com as três fontes.

“Os credores estão mais interessados no que os acionistas (de referência) podem pagar,” em particular se puderem pressioná-los com mais força, disse uma das fontes.

A proposta da Americanas foi vista como “absurda” por alguns credores, já que prevê descontos tão grandes na dívida apesar da empresa possuir acionistas com grande poder financeiro, disse a segunda fonte.