O ex-CEO das Americanas (AMER3) Miguel Gutierrez, apontado pela atual gestão da companhia como um dos responsáveis por esconder o rombo bilionário, afirmou que nenhuma decisão estratégica era tomada sem o conhecimento e aprovação de seus acionistas de referência, em especial Carlos Alberto Sicupira.
A afirmação foi feita em depoimento à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e repetida à Polícia Federal, segundo informações do UOL. Gutierrez ainda compartilhou mais detalhes em carta enviada por à CPI das Americanas. No texto, ele afirma que a gestão atual tenta blindar Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Sicupira dos malfeitos da administração contábil da companhia.
Segundo o comitê independente convocado pelo grupo para apurar o caso, a antiga diretoria, Gutierrez incluído, “fraudou os resultados da companhia” para enganar o conselho e o mercado. Segundo o comitê, há pelo menos 25 indícios de materialidade que ligariam a antiga diretoria à fraude.
Desde janeiro, a empresa está em recuperação judicial com mais de R$ 40 bilhões em dívidas declaradas, além de outros quase R$ 7 bilhões em debêntures.
Americanas (AMER3): CVM tem material para condenar diretoria
A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) dispõe de um “vasto material probatório” para condenar os ex-diretores da Americanas (AMER3), segundo disse uma fonte ao jornalista Lauro Jardim, do “O Globo”.
De acordo com Jardim, os integrantes do Conselho de Administração da Americanas também “não estão isentos de responsabilidade” e devem ser alcançados nas penalidades.