Americanas (AMER3): ex-diretora transfere R$ 13 mi para filho

Quantia foi transferida em ativos antes do escândalo

A ex-diretora da Americanas (AMER3), Anna Christina Ramos Saicali, transferiu ativos de sua empresa para o filho no valor total de R$ 13 milhões. Essa transferência ocorreu 20 dias antes do anúncio feito pela varejista de que havia descoberto um rombo contábil de R$ 20 bilhões.  As informações sobre a transferência de ativos de Anna Christina Ramos Saicali para o nome do filho foram reveladas pelos jornalistas Flávio Ferreira e Joanna Cunha, do jornal Folha de S. Paulo.

O presidente da companhia, Leonardo Coelho Pereira, afirmou durante depoimento na CPI que a fraude contábil nos balanços da empresa contou com a participação de pelo menos 30 funcionários, todos eles em processo de demissão. A afirmação foi feita pelo executivo durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara, que versa sobre o caso da Americanas.

No comunicado divulgado em 13 de junho pelo novo comando da Americanas, Anna Christina Ramos Saicali foi apontada como uma das participantes da fraude contábil. Seu nome foi mencionado junto com o do ex-CEO Miguel Gutierrez, bem como dos ex-diretores José Timótheo de Barros e Márcio Cruz Meirelles, entre outros executivos.

 

Segundo informações da Folha de S. Paulo, a saída Gutierrez da Americanas já estava planejada desde agosto de 2022, quando a varejista divulgou que ele seria substituído por Sergio Rial. No entanto, Gutierrez acabou deixando a empresa após revelar o rombo contábil bilionário em janeiro deste ano.

Ainda de acordo com o jornal, a defesa de Anna Christina Ramos Saicali negou que a transferência de bens para o filho tenha sido feita para proteger seu patrimônio de possíveis desfechos das investigações, incluindo a penhora de bens. O advogado Antenor Madruga, que representa Saicali, afirmou que a transferência foi realizada com o objetivo de planejamento sucessório e motivada por questões de saúde.

Na CPI presidente da Americanas chegou a apresentar uma relatório de uma investigação independente que ocorre na companhia. Os documentos apaontam participação da ex-diretoria da empresa nos atos fraudulentos, tal como no esforço em ocultá-los. Os diretores, como o antigo CEO, foram afastados.

Americanas (AMER3) pede que operações parem de ser “vigiadas”

A Americanas (AMER3) recorreu ao Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro contra a imposição de uma supervisão externa em suas operações, decidida por uma desembargadora a pedido dos credores, liderados pelo Itaú. Essa supervisão é realizada por uma empresa especializada que monitora as atividades da companhia em situações atípicas ou suspeitas de irregularidades.