Americanas (AMER3): vendas do marketplace caem quase 40%

Recuo é atribuído a crise fiscal que a Americanas passa desde o início do ano

A  atual crise vivida pela Americanas (AMER3) fez as vendas diárias de seu marketplace recuarem quase 40%, de acordo com dados coletados pela plataforma Magis5, hub que atua no segmento do e-commerce.

O estudo mostrou que em fevereiro, houve uma redução de 35,3% na média de pedidos diários e de 30,79% em relação ao volume bruto de mercadorias (GMV, em inglês). Ao fazer o comparativo com os dois últimos trimestres de 2022, a redução é ainda maior: 47,3% na média diária de pedidos e de 39,6% em GMV. As informações são do Infomoney.

Além do volume de vendas recuar, os vendedores ativos na plataforma igualmente tiveram alteração em relação ao período de anúncio da crise até o início do mês de março, com uma redução de 5,1% de sellers ativos.

“Os dados apontam a possibilidade de os compradores estarem mais receosos com a compra ou mesmo para a redução de ações feitas pela Americanas para atrair mais consumidores”, avaliou a Magis5, em nota.

“Isso faz com que outros marketplaces aumentem sua participação, como o AliExpress, que é apontado como o sexto maior marketplace em acessos mensais, já próximo de alcançar a Americanas”.

Devido ao rombo de R$ 20 bilhões identificado no início do ano, a Americanas entrou com pedido de recuperação judicial. De acordo com dados da RJ da companhia, o faturamento dos canais online recuou 7,7 vezes de novembro de 2022 até fevereiro, caindo de R$ 1,4 bilhão para R$ 180 milhões.

CEO do Bradesco (BBDC4) espera acordo com Americanas em junho

O CEO do Bradesco (BBDC4), Octavio de Lazari Junior, disse na semana passada que a expectativa dos credores da Americanas é de um acordo até junho. Segundo ele, o acordo não será “ótimo”, mas deve atingir um ponto “razoável” a todas as partes envolvidas.

“Entre a última divulgação e esta, tivemos evoluções nas tratativas com a empresa”, disse ele, sem citar a Americanas nominalmente, em coletiva de imprensa para comentar os resultados do banco no primeiro trimestre, divulgados na quinta (4). As informações são do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Lazari afirmou que os bancos e os demais agentes envolvidos, tanto na ponta dos credores quanto na da empresa, estão discutindo os termos de um acordo. Esse desfecho deve ser “razoável” e não “ótimo”, segundo o presidente do Bradesco. “Não sabemos o quanto podemos recuperar, gostaríamos de recuperar 100% do que provisionamos”, disse ele.

No mês passado o CEO do Santander Brasil (SAB11), Mário Leão, também projetou que o acordo pode sair em junho. “Acredito em um acordo fechado neste trimestre, com chance de uma formalização no mercado de capitais no terceiro trimestre”, disse Leão, durante entrevista coletiva na semana passada para comentar o balanço do banco.

A Coluna do Broadcast mostrou que os bancos gostariam que o trio de acionistas de referência da Americanas, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, aportasse R$ 12 bilhões na companhia já de cara. A proposta atual contempla R$ 10 bilhões e uma tranche de R$ 2 bilhões que só seria aportada no futuro, a depender do desempenho da varejista.

Maior credor financeiro da Americanas, o Bradesco provisionou toda a exposição à companhia, de cerca de R$ 4,9 bilhões, no balanço do quarto trimestre do ano passado.

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