A Americanas (AMER3) informou na manhã desta quinta-feira (19), através de fato relevante, que a administração está trabalhando com a possibilidade de aprovar o ajuizamento, em caráter de urgência, de pedido de recuperação judicial da varejista ‘nas próximas horas’.
“A administração está trabalhando com a possibilidade de, nos próximos dias ou potencialmente nas próximas horas, aprovar o ajuizamento, em caráter de urgência, de pedido de recuperação judicial”, informou o fato relevante publicado pela Americanas e assinado por João Guerra, atual CEO da companhia.
Além disso, em resposta a pedidos da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da B3 (B3SA3) a Americanas informou que a posição de caixa disponível para as atividades da companhia alcançou o valor de R$ 800 milhões, “sendo que parcela significativa deste valor estava injustificadamente indisponível para movimentação na data de ontem (18)”, disse o documento.
Após o descobrimento do “rombo” na ordem de R$ 40 bilhões nos balanços da Americanas, o grupo agora trava uma batalha judicial contra os bancos credores, entre eles o BTG Pactual (BPAC11).
Também no documento, a varejista informou que o Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro concedeu à companhia o direito de reaver valores compensados por credores “nos termos da decisão cautelar proferida pelo Juízo da 4ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro”.
A decisão do Órgão Especial determina, ainda, o bloqueio do valor de cerca de R$ 1,2 bilhões em conta do Banco BTG até a apreciação do Mandado de Segurança, conforme o documento.
Americanas (AMER3): bancos pedem R$ 15 bi de capitalização
A Americanas está enfrentando duras conversas com os bancos credores. Segundo informações do jornal “Valor Econômico”, uma das propostas que os bancos envolvidos acham que seria “a mínima” é de uma capitalização de R$ 15 bilhões, bem acima do que foi proposto pela varejista até o momento.
Os credores pedem uma garantia do trio de acionistas da Americanas, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, além da conversão de 20% das dívidas por ações, o que faria dos bancos importantes acionistas da empresas, já que a varejista vale, atualmente, cerca de R$ 1,5 bilhão na Bolsa.