Após descobrir um rombo bilionário e entrar em recuperação judicial, a Americanas (AMER3) prometeu a sindicatos que não vai promover demissão em massa ou fechamento de lojas até 19 de março, período em que se encerra o prazo para apresentar o plano de reestruturação da empresa ao TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro).
No entanto, já foram feitas algumas demissões pontuais no Rio de Janeiro, onde fica a sede da empresa, com foco em funcionários indiretos – como terceirizados – que foram previamente comunicados aos sindicatos.
Além disso, cortes foram feitos em Porto Alegre (RS), e há expectativa de que comecem a ser feitos em breve em São Paulo, onde está fica o maior número de lojas e CDs (centros de distribuição) da empresa.
Os dados cedidos pela Americanas à entidades sindicais citam que a varejista dispensou aproximadamente 50 pessoas desde o início da recuperação judicial, incluindo a equipe que cuidava do serviço de televendas.
Segundo as entidades sindicais, a empresa soma cerca de 17 mil ações trabalhistas, que juntas representam uma dívida de R$ 1,53 bilhão.
Americanas se defende e diz que encerrou contratos
A varejista se defendeu e, em comunicado, destacou que por ora “apenas encerrou alguns contratos”.
“A Americanas informa que não iniciou nenhum processo de demissão de funcionários. A companhia apenas interrompeu alguns contratos de empresas fornecedoras de serviços terceirizados”, diz a nota.
“O plano de recuperação definirá quais serão as ações da empresa para os próximos meses e será amplamente divulgado assim que for finalizado”, afirmou a empresa.
Americanas (AMER3) tenta desbloquear R$ 207 milhões do banco BV
A Americanas (AMER3) tenta desbloquear na Justiça R$ 207,1 milhões que estão sob custódia do Banco Votorantim (BV) e, segundo o jornal InfoMoney, a instituição financeira alega que não teve acesso ao pedido da varejista. Segundo o BV, a Americanas fez uma manobra jurídica para evitar ser questionada pelo banco.
O dinheiro está depositado em uma conta judicial no Banco Votorantim. Ele, como um dos credores da varejista, tenta liquidar esse montante de sua dívida e criticou o pedido da varejista. “Não é a primeira vez, neste processo, que as Recuperandas [Americanas S.A.] buscam fugir do contraditório. Porque já obtiveram êxito na manobra imoral praticada nas duas oportunidades anteriores”, escreveram os advogados do BV.
Ainda de acordo com o jornal, o juiz Paulo Assed, responsável pela RJ da empresa, determinou que a varejista comprove a necessidade e a destinação do recurso, assim como já foi determinado pela Justiça. O BV alega que o pedido feito pela Americanas corre em segredo de Justiça, de forma que nem mesmo o banco consegue acessar o processo.