O “rombo” bilionário da Americanas (AMER3) segue causando efeitos negativos no mercado. O trio de acionistas de referência Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira viu suas fortunas recuarem com a queda das ações da varejista, com um recuo de US$ 1,21 bilhão (R$ 6 bilhões) na última semana.
Os dados são da Bloomberg Billionaires Index, e os cálculos se referem ao período de quarta-feira passada (11) antes do comunicado sobre a inconsistência contábil de R$ 20 bilhões da Americanas até quinta (19), depois do fechamento de mercado.
Homem mais rico do Brasil, Lemann foi o mais afetado e já perdeu US$ 590 milhões (R$ 2,95 bilhões) em seu patrimônio. Sua fortuna atualmente é de US$ 21 bilhões (R$ 105 bilhões). Já Sicupira, que foi presidente do conselho da companhia e atualmente tem assento no colegiado, viu sua fortuna derreter US$ 330 milhões (R$ 1,65 bilhão) desde o escândalo.
De acordo com o “Valor”, Sicupira é uma espécie de “recriador” da varejista nas décadas de 80 e 90, e tinha peso fundamental em questões estratégicas e discussões menores, quando era acionado.
Entre os três acionistas de referência, ele era tido por muitos como o “dono do negócio Americanas”. Com a queda patrimonial, a fortuna atual de Sicupira é de US$ 8,13 bilhões (R$ 40,65 bilhões).
Já Telles, por sua vez, era o mais afastado da operação da varejista. O seu patrimônio caiu US$ 290 milhões (R$ 1,45 bilhão) na última semana. Só ontem o revés foi de US$ 44,5 milhões (R$ 222,5 milhões). Agora, ele é dono de US$ 9,69 bilhões (R$ 48,45 bilhões).
De todo o modo, Lemann, Telles e Sicupira devem colocar dinheiro novamente na Americanas, já que a varejista precisa de uma capitalização. Em 2020, o trio participou do aumento de capital feito por meio de um follow on, que movimentou quase R$ 8 bilhões.
Americanas (AMER3) bate mínima histórica, negociada a R$ 0,79
Nesta sexta-feira (20), às 13h45 (horário de Brasília), as ações da Americanas (AMER3) bateram sua mínima histórica, cotadas a R$ 0,79, segundo dados da Economatica.
Este é o último pregão da varejista como parte do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3). A Americanas foi excluída de todos os 14 índices da B3 na quinta-feira (19), mesma data em que a companhia oficializou pedido de Repureção Judicial. A varejista possui R$ 43 bilhões em dívidas.