A companhia americana UnitedHealth Group aprovou a venda da Amil para o empresário José Seripieri Filho, conhecido o Júnior e que foi o fundador da Qualicorp (QUAL3). Segundo informações do jornal “O Globo”, Júnior vai pagar o equivalente a R$ 11 bilhões pelo negócio, sendo que R$ 2 bilhões serão referentes ao controle acionário da operadora de saúde e R$ 9 bilhões em passivos, segundo fonte que acompanhou a transação.
Com a transação, Júnior será, sozinho, dono de toda a Amil. Segundo interlocutores, para fechar a transação, foi determinante a disposição do empresário para assumir o negócio em “porteira fechada”, absorvendo passivos passados e futuros associados à operadora.
“Os americanos não serão responsáveis por nada o que acontecer de hoje em diante com a Amil. O contrato era realmente leonino. Isso pesou mais do que dinheiro”, disse uma fonte que atuou na operação.
Júnior foi assessorado pela BR Partners, pelo Spinelli Advogados e pelo Bichara Advogados. E venceu a disputa travada com o empresário Nelson Tanure e a casa de investimentos Bain Capital pela Amil.
Favorito desbancado
Na semana passada, a colunista Míriam Leitão, do “O Globo”, havia informado que o fundo de investimentos americano Bain Capital parecia ser o mais forte candidato para a compra da Amil.
Segundo fontes envolvidas na negociação, havia propostas abaixo e acima dos R$ 10 bilhões desembolsados pela gigante americana ao adquirir, em 2012, a empresa da família Bueno, sua fundadora e atual controladora da Dasa, que teria sido uma das interessadas na aquisição, mas que já não estaria mais na disputa. Pessoas próximas ao negócio, dizem que agora o range do negócio está entre R$ 2 bilhões e R$ 4 bilhões.
A gigante de investimentos Bain Capital zerou sua posição na operadora de planos de saúde Hapvida (HAPV3), em agosto, com a venda de R$ 1,3 bilhão em ações em bloco na bolsa. Para a negociação com a Amil, a empresa contaria com Irlau Machado Filho, ex-presidente da NotreDame Intermédica, que deixou a Hapvida em maio deste ano.
A Amil que tem uma carteira de cerca de três milhões de usuários em planos médicos e pouco mais de dois milhões em odontológicos, 19 hospitais e 52 unidades de atendimento, como ambulatórios e centros de diagnóstico. Ainda está na negociação a Rede Americas que contabilizar 28 centros médicos e clínicas, sete centros de excelência e 12 hospitais.