A mineradora britânica Anglo American rejeitou nesta sexta-feira (26) uma oferta de compra da concorrente australiana BHP, que totalizava U$ 38,8 bilhões (o equivalente a R$ 200,4 bilhões na cotação atual), por considerá-la abaixo do esperado e “pouco atrativa”.
O presidente do conselho de administração da Anglo American, Stuart Chambers, afirmou que a oferta da BHP é “oportunista” e não reflete adequadamente o potencial da empresa.
“A proposta da BHP é oportunista e não valoriza as perspectivas da Anglo American”, disse o presidente da Anglo, Stuart Chambers, em comunicado.
O anúncio da proposta de aquisição foi feito pela Anglo American na noite de quarta-feira (24). Desde então, as ações da Anglo American caíram 0,8% na Bolsa de Londres, enquanto as da BHP recuaram 1,6% por volta das 5h05 (horário de Brasília).
Anglo American é um conglomerado britânico que atua no ramo da mineração, sendo um dos maiores do mundo, nessa área de negócio.
Em contrapartida, a BHP Billiton, também gigante de mineração, já foi considerada a maior empresa de mineração do mundo em termos de receitas em 2013.
Anglo American pretendida por rivais
A Anglo tem sido há tempos considerada como uma possível aquisição entre as principais empresas de mineração, principalmente devido às suas operações atrativas de cobre na América do Sul, em um momento em que a indústria busca ampliar suas reservas deste metal, crucial para a transição energética verde.
No entanto, os potenciais interessados têm sido desencorajados pela complexidade da estrutura e diversidade de outras commodities da Anglo, que vão desde platina até diamantes, e especialmente pela sua forte presença na África do Sul.
A BHP tentou lidar com esse desafio sugerindo que a Anglo separasse suas duas unidades sul-africanas como uma condição para a aquisição, uma proposta que foi rejeitada pela Anglo.
Vale (VALE3) compra 15% de fatia acionária da Anglo American
A Vale (VALE3) anunciou em fevereiro deste ano, a assinatura de um acordo com a Anglo American, visando a aquisição de 15% de participação acionária e o estabelecimento de uma parceria.
O contrato envolve a mineraroda American Minério de Ferro Brasil, responsável pelo complexo Minas-Rio, e os recursos da Vale da Serra da Serpentina, localizada no Brasil.
Sob os termos do acordo, a Anglo American manterá o controle, gerenciamento e operação do Minas-Rio, incluindo quaisquer futuras expansões planejadas.
Eduardo Bartolomeo, presidente da Vale, expressou sua satisfação com a parceria, destacando que ela visa atender à crescente demanda por minério de ferro de alta qualidade em um contexto de transição para práticas siderúrgicas com baixa emissão de carbono.
Bartolomeo ressaltou a importância estratégica do ativo Minas-Rio, prevendo benefícios significativos provenientes das sinergias com os recursos da Serpentina e a logística da Vale.