Embora o governo Chinês já tenha se manifestado negativamente em relação à intervenção e assistência para crise que a segunda maior incorporadora imobiliária do país asiático, a Evergrande, vem enfrentando, ao mesmo tempo o governo possui princípios que os guiam a um auxílio mesmo que indireto.
Enquanto o mundo, juntamente com o governo chines, assiste ao declínio da Evergrande, o Estado tem feito movimentos sutis para suavizar o impacto dos possíveis desdobramentos desfavoráveis à economia ocasionados pela imobiliária. O deslocamento feito pelo grupo de investimentos estatal, nesta quarta-feira (29), para compra de 20% da participação da companhia no Shengjing Bank (veja mais aqui), é uma ação que trabalha no sentido de tentar amortecer a queda da empresa.
A prioridade do governo central chinês é proteger proprietários de residências e pequenos negócios através do banco central. A intenção é garantir que os ativos do desenvolvedor sejam vendidos e os projetos em andamento sejam concluídos em tempo hábil, de modo a minimizar interrupções na economia em geral.
Além do governo central, os governos locais também têm papel fundamental para evitar a dilatação na Economia chinesa, que sofre com os respingos da crise enfrentada pela companhia. Governos locais já apreenderam o capital de pré-vendas Evergrande em
a fim de garantir que o dinheiro vá para a conclusão dos projetos em andamento.
A China tem um histórico de uso de empresas estatais para conter o risco de pequenos bancos. Em 2019, um consórcio de empresas estatais adquiriu uma participação nos bancos em dificuldades Hengfeng Bank e Banco de Jinzhou, a fim de repor seu capital e proteger os depósitos.
A expectativa dos grupos estatais é realizar uma venda ordenada dos ativos da Evergrande, com os governos locais atuando como intermediários, a fim de desenvolver a liquidação da companhia até que, por fim, as dívidas sejam quitadas, ou que todos os ativos da companhia sejam vendidos.