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Azul (AZUL4) trabalha com duas propostas para levantar até US$ 500 mi

O caminho a ser seguido deve ser definido pela Azul dentro dos próximos dias, segundo apuração do "Valor"; a empresa está discutindo com seus "bondholders"

Azul visa oferta por totalidade da Latam
Foto: Azul/Divulgação

A companhia aérea Azul (AZUL4) tem duas propostas na mesa para levantar entre US$ 400 milhões e US$ 500 milhões no mercado. Esse negócio seria possível usando a Azul Cargo, divisão de logística da aérea, como garantia, segundo apuração do “Valor”. 

O caminho a ser seguido deve ser definido pelo grupo dentro dos próximos dias. A captação de recursos é uma etapa importante para a empresa, tendo sido a condição dada pelos arrendadores para converter as dívidas da empresa em “equity” (ações). 

Uma captação mais complexa, com amparo dos “bondholders” da Azul, seria a primeira opção. A previsão com essa estrutura é um valor de até US$ 500 milhões com o uso da Azul Cargo como garantia. O modelo aponta que parte dessa dívida seria imediatamente convertida em “equity”, segundo o veículo.

A empresa está debatendo com os “bondholders” uma estrutura que vai prever a liberação de recursos por etapas – via tranches – segundo fontes. A primeira entraria logo após a assinatura do contrato e o restante em fases a depender de contrapartidas da Azul — como negociações com arrendadores, conforme as informações do jornal.

Os pontos em questão que vêm sendo debatidos são o total a ser convertido em “equity” e os detalhes das fases para a liberação de dinheiro. O assessor legal do grupo de “bondholders” é  o Cleary Gottlieb Steen & Hamilton LLP, enquanto o PJT atua como assessor financeiro, segundo o “Valor”.

Caso a primeira opção não avance a Azul já tem um “plano B”, que seria fazer uma emissão de “bond” (título) que pode ser convertido em ações. O estruturador do “bond” seria o banco Jefferies. Segundo fontes, o livro de propostas junto a investidores já foi concluído com um total de US$ 400 milhões, agora falta o veredito final da Azul.

Duas propostas estão sendo avaliadas para definir se a melhor opção seria um maior emissão, mas com uma série de condicionantes e obrigações. Isso levaria a um efeito melhor sobre o cenário de endividamento, mas ainda há uma opção de emissão mais simples.

As conversas paralelas entre a e os acionistas da holding Abra (controladora da Gol e Avianca) para uma eventual consolidação das aéreas brasileiras através de uma “corporation” foram fatores de impacto para a Azul levantar mais dinheiro no mercado, indicaram fontes do “Valor”.

A captação de recursos por parte da Azul é uma etapa importante para que a empresa evite uma reestruturação mais profunda, como um Chapter 11 (recuperação judicial nos EUA).

Fusão de Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4) pode manter bandeiras separadas

Segundo a coluna Capital, do jornal O Globo, a fusão das companhias aéreas Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4) pode resultar na manutenção das marcas separadas, permitindo que cada uma opere de maneira independente.

Nesse arranjo, a Azul integraria a Abra, a holding formada pela colombiana Avianca e pela Gol, e ganharia um assento no conselho da empresa, conforme relatado pela publicação. Essa estrutura permitiria a preservação das culturas operacionais distintas de cada companhia.

A previsão é de que o anúncio da fusão ocorra ainda este ano, mesmo que em uma versão preliminar. Assim, todos os processos regulatórios e de aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) seriam adiados para o próximo ano.

A Gol registrou um prejuízo líquido de R$ 544 milhões em agosto, comparado a R$ 221 milhões em julho, e a empresa acumulava uma dívida líquida de R$ 28,4 bilhões. Em janeiro deste ano, a companhia solicitou recuperação judicial nos Estados Unidos.

Por sua vez, a Azul está em negociações com credores, tendo firmado um acordo comercial com arrendadores e fabricantes de equipamentos para converter suas dívidas em uma participação equivalente em ações da companhia aérea.

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