A B3 (B3SA3), Bolsa de Valores brasileira, tem se preparado para a chega da possível concorrente, a bolsa anunciada pelo Mubadala. Até que a nova empresa do segmento seja materializada, os papéis da B3 sentem o efeito da “quebra” de seu monopólio. Na sexta-feira (1º), após a notícia, as ações da organização caíram cerca de 3,2%.
Analistas do Goldman Sachs avaliam que a nova concorrência é um risco para a B3, especialmente após o Mubadala adquirir uma fatia majoritária da ATG (Américas Trading Group) – a aquisição foi realizada em fevereiro de 2023. Segundo informações do “Valor Econômico”, o Mubadala já havia sinalizado que comprou a plataforma de negociação de ativos para se tornar concorrente da B3.
O Goldman Sachs entende que a B3 tem se adaptado ao cenário “por meio de fusões e aquisições em dados e análises, redução de preços e lançamento de novos produtos”, como foi antecipado pelo “Valor Investe”.
Por volta das 14h40, desta segunda-feira (4), os papéis da B3 recuavam 0,40%, a R$ 12,13.
B3 (B3SA3): ‘monopólio sempre impediu crescimento do mercado’, diz especialista
A perspectiva de uma nova Bolsa de Valores no Brasil em 2025, pelo Mubadala Capital, reavivou discussões sobre o papel da concorrência no mercado financeiro. Ao BP Money, o analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos, Rodrigo Cohen, expressou que o monopólio da única Bolsa de Valores brasileira, a B3, apresenta-se como um obstáculo para o crescimento do mercado.
“Eu acho que a entrada de uma nova bolsa já é esperada há muitos anos. Acredito que o monopólio da B3 sempre, na minha opinião, atrapalhou o crescimento do nosso mercado, porque, quando a gente tem monopólio, não existe competição, então quem está no poder manda e o serviço certamente, por melhor que seja, certamente cai, deixa a desejar”, avaliou.
Cohen enfatizou que a falta de competição no setor permitiu que o serviço, mesmo que de qualidade, deixasse a desejar devido à ausência de pressão competitiva.