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Banco BBVA retoma expansão no Brasil após 20 anos

O banco BBVA pretende brigar no mesmo nível com outros bancos europeus que atuam no atacado brasileiro

Foto: Divulgação
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O banco espanhol BBVA, que vendeu suas operações ao Bradesco (BBDC4) em 2003, está retomando a expansão no Brasil. A atuação da instituição nunca deixou totalmente o País, mas até 2023 o trabalho se resumia a dar suporte aos clientes internacionais.

Porém, desde o ano passado a expansão das operações começou, com  a utilização da licença de banco de investimento que ainda possuía, e agora o BBVA estabeleceu metas ambiciosas para o mercado brasileiro. 

Seu objetivo, segundo o “Valor”, é ultrapassar os 50 clientes atuais e chegar a 360 até 2027. A empresa pretende brigar no mesmo nível com outros bancos europeus que atuam no atacado brasileiro.

A presidente do BBVA Brasil, Maria Agustina Ramírez, afirmou que a meta é cobrir as 100 maiores empresas nacionais, 200 estrangeiras com operações significativas por aqui e 60 players institucionais. 

“Espero que no ano que vem a gente chegue a aproximadamente 100, 120 empresas, e atinja o potencial total de produtos e clientes no fim de 2027”, disse.

O grupo fará um investimento de capital na subsidiária brasileira, afirmou Ramírez, sem revelar valores. O aporte será dividido em duas tranches, além disso a instituição também deve entrar no começo do ano que vem com um pedido no BC (Banco Central) de licença de banco comercial.

Banco BBVA quer amplificar serviços de ‘cash management’

O atendimento ao varejo não faz parte da estratégia, mas sim a ampliação da oferta de serviços de “cash management”, bem como a captação de depósitos, o que deve baratear o funding.

A equipe atual do BBVA tem 40 pessoas e o plano de expansão inclui buscar talentos em outros bancos. Um exemplo recente foi com André Ferrari (ex- Itaú), Rodrigo Fittipaldi (ex-Credit Suisse), Tiago Bento (ex- HSBC) e Jorge Bolla (ex- BNP Paribas). 

“O BBVA tem uma estratégia global de colocar cada vez mais foco no atacado e o Brasil é parte relevante dessa estratégia. O mercado brasileiro representa cerca de 50% das receitas do segmento de bancos de atacado na América Latina. E 80% dos nossos clientes já têm operação aqui. Vamos ter capital suficiente para ser um player relevante”, disse a executiva do BBVA.

“Temos estratégia global de colocar cada vez mais foco no atacado e o Brasil é parte relevante disso”, afirmou Agustina Ramírez.

Os produtos como tesouraria, “trade finance”, câmbio, operações estruturadas, gestão de recursos e pagamentos serão o foco. 

Enquanto isso, o banco participou recentemente das operações de bonds da Nexa, LD Celulose e Eletrobras, na parte de emissão de dívida (DCM). 

A montagem de uma estrutura para dívida local, como debêntures, já está no radar do BBVA, mas atuar em ações (ECM) por enquanto não faz parte dos planos. 

Já na divisão de crédito, haverá um balanço local para atender grandes empresas. Além disso,o banco já fez financiamentos para outras companhias como Randon e Embraer.

“No segundo trimestre do ano que vem começamos com os primeiros produtos locais, de câmbio e trade finance, com ACC, ACE, e depois vamos somando outras capacidades, produtos. Novos produtos de cash management devem vir na segunda metade de 2026”, diz Ramírez.

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