O Banco Central comunicará ao mercado nesta quarta-feira (21) a decisão sobre a taxa básica de juros (Selic), que deve manter em 13,75% ao ano. Entretanto, os economistas esperam por uma sinalização sobre o início do ciclo de cortes.
De modo geral, nas últimas decisões do Banco Central, a instituição não surpreendeu o mercado. Sendo assim, caso mantenha a taxa de juros a 13,75%, será a sétima manutenção consecutiva da Selic.
Nesse sentido, o Ministério da Fazenda considera a redução da Selic como fundamental para a retomada sustentável do crescimento da economia.
Apesar de o governo criticar duramente a conduta do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) é tomada com os votos de oito diretores e está seguindo uma trajetória de unanimidade.
Houve apenas uma exceção, em setembro do ano passado, em que os votos não foram unânimes, quando os diretores Fernanda Guardado (Assuntos Internacionais) e Renato Gomes (Sistema Financeiro) votaram pela elevação de 0,25 ponto percentual, diferentemente da maioria.
Diretoria do Banco Central
No entanto, a prática da decisão da Selic por votos unânimes pode acabar em breve. Isso porque, o ex-secretário-executivo da Fazenda, Gabriel Galípolo, foi indicado pelo presidente Lula para assumir a diretoria de política monetária do Banco Central, que tem destaque em direcionar o debate sobre a Selic.
Além disso, Ailton dos Santos foi nomeado pelo governo e deve ser o novo diretor de Fiscalização. Sendo assim, a sabatina dos dois no Senado acontece na próxima terça-feira (27). Portanto, a expectativa é que na reunião de agosto eles já estejam na cúpula do BC.
Cenário fiscal
O Banco Central comentou, no último comunicado ao mercado, em maio, sobre a incerteza “ainda presente” em relação ao desenho do arcabouço fiscal, que na época, não havia sido aprovado na Câmara.
Na visão do Banco Central, existe uma relação direta entre a aprovação da regra fiscal e eventual queda nos juros, a proposta já vem apresentando resultados positivos nas expectativas sobre as trajetórias da dívida pública e da inflação.