No final do ano passado, a Gafisa (GFAS3) anunciou a venda de 80% do projeto Fasano Itaim, que inclui hotel, restaurante e torre residencial, e o comprador foi o Albali, que tem como único cotista o Maurício Quadrado, sócio do Banco Master. Com isso, os novos donos são Daniel Vorcaro, Quadrado e Augusto Lima, também sócios do banco. As informações são do “Pipeline”.
“Compramos na física, por uma estrutura de fundos nossos. Na ponta, o Albali tinha como beneficiário único o Maurício, mas já como opção de troca para outros ativos nossos”, disse Vorcaro ao Pipeline.
“Era mais uma questão formal e fiscal da estrutura, mas ao fim do dia é uma transação dos três e que já pretendíamos tornar pública considerando o potencial que vemos para esse projeto”, completou o o sócio majoritário da instituição financeira.
Trio do Banco Master já havia comprado imóveis
Antes mesmo dessa operação, o trio do Master já vinha comprando imóveis no entorno do projeto e testando a rentabilidade na hotelaria. Vorcaro é investidor do Botanique, hotel em Campos do Jordão que até o ano passado era operado pela bandeira Six Senses, e tem buscado outros empreendimentos hoteleiros no país atrelados a imóveis residenciais ou comerciais.
Vorcaro e Quadrado são também acionistas da Gafisa, construtora cuja marca tem conseguido se preservar dos problemas financeiros e societários que enfrenta. Há na Gafisa um embate entre o empresário Nelson Tanure e a acionista Esh, discussão que envolve também o Master como investidor e banco das transações de Tanure.
Na Gafisa, Vorcaro e Quadrado entraram na base acionária um pouco antes que Tanure, comprando ações de Mu Hak You quando o investidor coreano começou a ser espremido na chamada de margem.
O perfil de investimento do Master e de Tanure é parecido: aproveitar construção financeira de empresas ou controladores para montar posição. Se for uma marca forte, tanto melhor.
O Master se tornou no fim do ano controlador da Veste (antiga Restoque), dono da Le Lis Blanc. O banco também atuou na reestruturação da Flytour, tradicional agência de turismo, onde a estrutura é via debêntures conversíveis.